A primeira morte por Covid-19 em Alagoas foi registrada há exatamente um ano, no dia 31 de março de 2020, e foi anunciada pelo governador Renan Filho através das redes sociais. A vítima era um cidadão acreano de 63 anos que residia no estado há apenas seis meses e não possuía histórico de viagens recentes.

Na época, o governador e o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, divulgaram o Boletim Epidemiológico que registrava apenas 17 casos confirmados da Covid-19. Ontem (30), Alagoas contava com mais de 150 mil casos confirmados do novo coronavírus e ultrapassou a marca de 3.500 vidas perdidas pela doença.

Com a chegada da “segunda onda” da pandemia, a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em todo o estado está chegando ao limite, e a capital já registra 90% de ocupação dos leitos exclusivos para a Covid-19, segundo dados de ontem divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Os leitos de UTI destinados à Covid-19 no interior do estado também estão com ocupação em alta, chegando a 88% e, em alguns hospitais, a 100%.

De acordo com o Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC), Alagoas se encontra, hoje, em um estado semelhante ao do ano passado, em relação ao número de óbitos. Na primeira onda, o maior número de mortes registrado em uma semana foi de 158, enquanto, na semana passada, o estado contabilizou 151 vidas perdidas.

O alerta feito pelo relatório do Observatório, divulgado segunda-feira (28), diz que Alagoas se aproxima do pico de óbitos registrados por semana pela Covid-19. Para os pesquisadores, medidas mais rígidas de isolamento, como os 14 dias de restrição de circulação recomendados pela Fiocruz, ainda podem ser necessárias, e somente a colaboração de cada cidadão pode tornar as medidas de contenção eficazes

Durante um evento, Renan Filho comentou que a preocupação anterior era maior em relação aos jovens levarem o vírus para os pais e os avós, mas que, agora, há uma preocupação também com os próprios jovens.

“Durante os últimos dias, eu visitei os hospitais, junto com o secretário de Saúde, e a gente observou que tem muita gente internada na faixa dos 40 anos, dos 30 anos. Inclusive, gente com menos de 30 anos hospitalizada e correndo risco de vida nas UTIs. É algo muito significativo e demando esforço de todos”, disse.