Collor ministro de Bolsonaro? Fala sério! Ou não?

26/03/2021 10:35 - Voney Malta
Por redação
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Podem até errar alguns antigos conhecidos alagoanos de Fernando Collor, mas eles cravam - e eu concordo -, que o senador não aceitaria assumir o Ministério das Relações Exteriores do governo Jair Bolsonaro, especulação que cresceu nos últimos dias.

Provável candidato em 2022 a renovar o mandato (ou disputar o governo de Alagoas), o que Collor precisa é ter influência no governo em troca de apoio no Senado, jamais vincular o seu nome e imagem a do atual presidente.

É inimaginável pensar em Collor seguindo determinações ideológicas de Bolsonaro e dos seus filhos na relação com países europeus, com os seguidores fanáticos de Donald Trump, ser contrário ao multilateralismo, a globalização da economia, ao meio ambiente, por exemplo.

O ex-presidente tem vários fatos negativos registrados no seu período como presidente, mas os positivos também existem, como, entre outros, em 1992, no Rio de Janeiro, a Eco-92 reuniu lideranças de 175 países para, pela primeira vez, dar a largada nas questões da conscientização ambiental e ecológica como agenda dos cinco continentes. Foi um marco.

Fernando Collor, em várias de suas atitudes políticas, jamais duvidou da ciência, nunca exaltou a ditadura militar, nem zombou dos direitos humanos, portanto, servir a um governante negacionista, acusado de cometer crime contra a humanidade durante a pandemia - segundo análise da coordenadora do doutorado de Saúde Global e Sustentabilidade da USP e consultora da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Deisy Ventura - não deve constar em seus objetivos estratégicos vincular-se como subalterno.

Some-se a isso, entre outros fatores, uma característica normal no ser humano, mas ainda mais presente no munda politico, que se chama vaidade.

Já imaginou Fernando Collor de Mello convocado por Jair Bolosaro para participar da live dele, numa quinta-feira à noite, tendo que agradar ao chefe?

E tem mais: todos os técnicos ou políticos indicados para algum cargo que apareceram bem na relação com a imprensa, se destacaram, ou discordaram de alguma questão de interesse do presidente, foram demitidos, casos concretos de Moro, Mandetta e presidentes de estatais.

Ou seja, a caneta bic não perdoa, pois, como Bolsonaro já disse várias vezes, o governo é dele e é ele quem manda e ponto final.

Porém, em política tudo, tudo é possível.

Ou não?

 

 

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