Enfrentei grandes desafios na vida. Nunca desisti de lutar. Sou de família  tradicional do Agreste de Pernambuco, em Garanhuns, onde fui criada comendo farinha de carne. Meu pai assava as peças de carne e depois socava com um pilão e misturava com o feijão  e a própria  carne e a gente comia", lembra Dona Mocinha, a primeira idosa ao ser vacinada aos 92 anos de idade, contra a covid-19.

Batizada na Igreja Católica,  a senhora  Josefa Gueiros da Silva, conhecida por Dona Mocinha, é considerada na cidade, como uma liderança, onde as pessoas a procuram  para receber orientações, nos mais variados assuntos.

Segundo sua filha Carmem Sandra, que vive com ela, Dona Mocinha, nunca tomou uma vacina em sua vida.

"A minha vacina sempre foi um terço. Faço  minhas orações  todas as noites e entrego os meus problemas para Deus resolver", diz ela ao comentar sobre as vacinas que nunca tomou.

Segundo Dona Mocinha,  que é  a única artesã em atividade aos  92 anos de idade em Garanhuns, Pernambuco, ela não precisa nem usar óculos  para confeccionar os casacos de lans que faz como terapia.

Ela manifestou o interesse em se vacinar contra o covid-19,  depois de ver tantas pessoas na cidade morrendo,  principalmente, amigos de longas datas.

"Já vivi todos esses anos, mas nunca vi algo tão terrível como esse tal vírus vindo da China", desabafa ela, lembrando que já enfrentou a malária,  em l942 ,  que matou  milhares de pessoas, porém,  não  assim como este vírus,  afirma ela.

A sua vizinha e amiga há mais de 70 anos, Norma Rodrigues de Barros, também foi vacinada e fez questão de brincar.

“As duas jurácicas da rua, acabam de ser imunizadas contra o corona”, disse a amiga, Norma, garantindo, que agora, vai poder dar o  abraço na amiga que não dá há quase um ano, mesmo morando em frente a casa dela.