Durante mais uma edição do programa Direto da Província, o professor e coordenador do colégio Vila Rica, Luiz Henrique, mencionou algumas dificuldades enfrentadas por professores e alunos das redes de ensino pública e privada durante a pandemia e afirmou que “o Estado precisa pensar nas lacunas da educação pública escancaradas pela Covid-19”.  A live, conduzida pelo jornalista Luis Vilar, aconteceu noite desta terça-feira (22), no instagram do Portal CadaMinuto (portalcadamin). 

De acordo o professor, as dificuldades enfrentadas nas escolas privadas foram enormes, mas que nada se compara a falta de estrutura das escolas públicas. “Dentro da escola privada a gente tem uma maior facilidade de acesso e isso pode impactar diretamente no desempenho desses alunos, principalmente, em provas como a do Enem. Mas isso não significa que a rede privada não teve dificuldades. Muitos dos meus alunos, por exemplo, não tinham cadeiras cativas com o acesso remoto e alguns deles sequer sabiam como enviar seus trabalhos por e-mail. Foi um processo de aprendizagem simultânea. Nós estamos na era digital, mas muitas pessoas não estão letradas digitalmente” afirmou.

Luiz acrescenta que também existiram dificuldades por parte dos professores em se adaptarem as plataformas digitais. “Tivemos que nos reinventar e aprender a utilizar as plataformas em um curto período de tempo, porém, muitas delas já utilizávamos antes mesmo da pandemia”. 

Em relação a importância da utilização tecnológica como aliada a educação, o professor destaca que a tecnologia sempre deve ser usada a favor dos professores e alunos. “A grande dificuldade hoje é fazer com que as pessoas entendam que o celular não precisa ser o vilão na sala de aula e sim uma ferramenta de auxílio educacional”, disse, afirmando que todo professor precisa incluir o uso da tecnologia no seu método de ensino. 

Questionado sobre a utilização do Ensino a Distância (EAD) como uma das soluções para a educação no pós-pandemia, Luiz ressalta que hoje o ensino EAD seria um atraso para a educação. “Sou defensor da aula presencial. Durante as aulas remotas nós acompanhamos tudo em tempo real, já no ensino EAD as aulas, na sua maioria, são gravadas.  O Brasil hoje não tem a mínima estrutura para conduzir um ensino a distância para os alunos de ensino fundamental e médio”, pontuou. 

O professor Luiz Henrique também faz um alerta e apela para que os pais participem diretamente da educação dos seus filhos nas escolas, principalmente nesse período de grande aumento de casos de crianças e adolescentes com transtornos de ansiedade e depressão. “Uma boa educação precisa ser construída entre escola, professores e os pais dos alunos. Eles têm um papel fundamental nesse processo. Hoje nossas crianças precisam ainda mais da nossa atenção. Elas também passaram por grandes mudanças com a pandemia e isso está causando sérios danos emocionais. A escola faz o que pode, mas sem a ajuda dos pais é impossível”, finalizou.