Após dois meses do desaparecimento do servente de pedreiro, Jonas Seixas da Silva, de 32 anos, que foi visto pela última vez no dia 9 de outubro, após ser levado pela Polícia Militar, sua esposa, Angélica Maria da Silva, disse ao Cada Minuto que “está sendo destruída aos poucos” e desabafou dizendo que sua vida não tem mais sentido.
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“Último contato que tive com ele foi na sexta-feira, no dia 9 de outubro. Vi ele na mala da viatura, gritando, pedindo socorro, ajuda, pois estava sufocado com o spray de pimenta. Não sei se ele está entre nós ou não. Só Deus e a justiça dos homens é que vai responder isso”, disse esposa de Jonas.
Angélica contou que se tivesse a oportunidade de olhar nos olhos dos militares que abordaram seu esposo iria questionar a cada um onde Jonas estava. “Eu só perguntaria uma coisa, se fosse com alguém da família deles, Maceió já teria sido revirada por inteiro. Alagoas já teria sido revirada pelo avesso, mas o estado já tinha dado uma resposta, mas com a gente é diferente. E se fosse com um familiar de vocês?”, indagou.
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A esposa de Jonas relatou que desde o dia do desaparecimento de seu companheiro que não há mais tranquilidade em sua vida. “Minha vida mudou. Não durmo mais tranquila e estou desempregada. Conto com a ajuda de familiares dele para alimentação, aluguel e outras despesas. Hoje não sinto animo pra nada. Minha vida se resume de casa pra igreja e da igreja pra casa”.
Sobre sua rotina, Angélica Maria da Silva explicou que ao longo do dia, busca conversar com Deus e desabafa com as paredes. “Por fora estou bem, mas por dentro estou sendo destruída aos poucos. Deus tem sido o único que consegue ouvir o meu coração que grita em silêncio. Sigo minha vida desta forma, com dois filhos e sem saber do meu esposo”, finalizou.
Protesto
Previsto para ocorrer na tarde desta quarta-feira (09), quando completa dois meses do desaparecimento do jovem, amigos e familiares organizam um protesto que deve ocorrer no calçadão do Centro de Maceió. A proposta é cobrar do governador do estado Renan Filho (MDB) e das autoridades uma resposta sobre o desaparecimento de Jonas.