Mais de duzentas pessoas participaram na tarde deste sábado, dia 07, de uma manifestação para pedir Justiça para o caso da jovem Mariana Ferrer, que sofreu diversos ataques durante a audiência sobre estupro.  A concentração iniciou em frente ao Centro Educacional de Pesquisas Aplicada (CEPA), na Av. Fernandes Lima, e seguiu até à Praça Centenário. 

Centenas de mulheres e homens participaram do ato. Os manifestantes vestiam roupas nas cores: preta e lilás. Além de segurarem cartazes com frases “Estupro é estupro. Tentaram calar a nossa voz, mas esqueceram que não estamos sós!”.

Na passarela de pedestres do Cepa, foi colocada pela organização do ato, uma faixa  que dizia: "Estupro culposo é quando não há intenção de condenador o estuprador. #JustiçaporMariFerrer".

As organizadoras do evento disponibilizaram álcool em gel para os manifestantes e pediram para que todos fizessem o uso de máscara de proteção, devido à pandemia da Covid-19.


O caso 

Mariana Ferrer passou por audiência on-line de julgamento em setembro deste ano e, na última terça-feira (3), o vídeo onde aparece sendo humilhada pelo advogado de defesa de André Aranha, foi divulgado na internet. Nas imagens, Mariana – que é a única mulher na audiência – chora e implora por respeito logo após o advogado do acusado, Cláudio Gastão da Rosa Filho, mostrar fotos da jovem, afirmando que ela teria posado em “posições ginecológicas” e acusando-a de utilizar o caso e de manipular a sua própria virgindade para promoção pessoal. Ele ainda desqualifica Mariana, afirmando que não gostaria de ter uma filha do “nível” da jovem.   

Foi nessa audiência que Mariana se tornou novamente vítima, não apenas das agressões do advogado, mas também da negligência da justiça brasileira, uma vez que o juiz Rudson Marcos concluiu, em sentença, que não havia provas suficientes para condenação. A absolvição de André Aranha representa um crime contra todas as mulheres. 

Estatísticas 
 

No ano em que ocorreu o crime contra Mariana, 2018, o Brasil registou 66 mil casos de violência sexual, o que significa mais de 180 registros por dia. Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em setembro do ano passado.  

Os números são alarmantes, mas podem ser ainda maiores, uma vez que, historicamente, esse tipo de violência tem baixo índice de denúncia já que as mulheres têm medo de retaliações por parte de seus agressores e falta de confiança nas instituições.  

Petição on-line 

Uma outra forma de apoiar a causa é assinar o abaixo-assinado que pede Justiça a Mariana no site de petições Change.org. A petição já conta com  mais de 4 milhões de assinaturas e pode ser assinada pelo link: https://bit.ly/34ZiCcd

*com Assessoria