Candidata a vereadora quer mais transparência e fiscalização de gastos públicos

24/10/2020 07:58 - Política
Por Daniel Paulino*
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Maria Tavares Ferro é candidata a vereadora de Maceió pelo PSDB. Advogada, teve sua primeira participação efetiva em campanhas em 2018 quando concorreu à vaga de Deputada Federal pelo Partido Novo, obtendo 9.929 votos distribuídos em 98 dos 102 municípios de Alagoas.

O Cada Minuto traz neste sábado (24), uma entrevista com candidata que falou sobre a polêmica da anulação do título honoris causa do ex-presidente Lula, sobre candidaturas laranjas, suas principais bandeiras e a situação do PSDB envolvendo Rodrigo Cunha e Tereza Nelma.

Confira a entrevista completa abaixo:

01 - Como avalia essa reviravolta na questão do título honoris de Lula? 

No caso do processo do Lula, eu acredito que existem duas análises a serem feitas. A primeira análise jurídica que há uma incompatibilidade na reforma da decisão, uma vez que o juiz não obedece ao que diz a lei, os casos de reforma da decisão depois de publicada, ele exauriu a sua competência juristicional quando ele dá a sentença e volta atrás sem amparo legal para fazer esse retorno. Então, acho que ficou realmente muito juridicamente confusa a decisão dele e por conta disso e por conta também do mérito, eu já ingressei com recurso junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas. As minhas principais alegações é a questão da constitucionalidade do ato administrativo e da publicidade. Eu entendo que primeiro a questão da prescrição que foi alegada pelo juiz, ela não correu, porque não havia publicidade, nem havia obrigatoriedade do conhecimento, da resolução, porque se tratava de uma resolução e não de lei. Então, a lei de introdução, ela diz que obrigada a obedecer e a saber a ter conhecimento de leis e não de resoluções. No mérito, eu também acredito que não houve procedência pra essa decisão porque nós estamos falando de um ato administrativo que viola a Constituição Federal e aí, nesse caso a moralidade, a impessoalidade sendo violada, não há como se manter, como se sustentar o ato administrativo. Enfim, essa essa primeira jurídica análise jurídica. Quanto a  é uma questão política, que é aí politicamente  ficou ainda mais confuso, porque o juiz fundamenta a decisão por um caminho e depois ele inverte num outro sentido, dá um giro de 180º graus  e vai pelo caminho inverso o que politicamente falando ficou estranho, ficou confuso, deixou muito a desejar.

02 - Qual sua principal bandeira como candidata ao legislativo? 

Principais bandeiras: transparência e fiscalização de gastos públicos. Eu me defino ideologicamente como uma liberal e defendo aqui em Maceió, que a gente precisa fazer uma política transparente e que tenha respeito ao dinheiro público, por isso que fiz meu comitê todo transparente. Quem me acompanha na rede social, também vê que eu luto por essa transparência, comunicando as pessoas aquilo que elas precisam saber. 

03 - Você era do partido Novo e decidiu, nessas eleições, ir para o PSDB. Por qual motivo escolheu esse partido?

O Novo encerrou o diretório dele aqui em Alagoas, devido a ausência de filiados. Como o Novo se mantém com o dinheiro das filiações e não com o fundo partidário, ele precisava ter o número mínimo de filiados e por isso foi encerrado. Quando eu decidir ser candidata, o meu primeiro critério para estar em um partido, era está em uma chapa que tivesse somente pessoas ficha limpa. Eu saberia que eu enfrentaria dificuldade de encontrar esse partido, e foi justamente o PSDB, que me apresentou uma chapa, que além de ter pessoas que disputam a eleição de igual para igual, só tinha ficha limpa. Então foi isso, a razão da minha escolha, onde estivesse em um partido, onde eu não precisasse colaborar com a eleição, já que os meus votos na proporcional, poderia ajudar na eleição de alguém que eu não quisesse que estivesse lá, exercendo um cargo público, então por isso, eu escolhi o PSDB. 

04 - Como avalia a gestão do Governo Bolsonaro? 

O governo Bolsonaro ele vem com uma promessa de ruptura no sistema, e ele começa o governo da necessidade técnica, das funções públicas, do desenvolvimento do país, de uma ruptura do que vinha sendo implementado no Brasil e acredito que depois que ele iniciou o governo, ele não consegue sustentar essa postura de ruptura, e aí, eu fico imaginando que a gente continua naquele mesmo patamar do governo anterior e que a evolução não é o nível que eu desejava que fosse, quando no início do governo.

Todas aquelas promessa de ministérios técnicos, de uma mudança, dentro da gestão do governo Bolsonaro, acho que ficou muito a desejar, portanto, eu não acredito que venha ter força de uma transformação que inicialmente tinha sido proposta pelo próprio presentemente. 

 

05 - Enquanto mulher, como você avalia a briga interna dentro do PSDB, entre Rodrigo e Tereza? 

Quanto ao impasse entre o Rodrigo Cunha e a deputada Tereza Nelma, o que eu vejo é ampla desobediência a normas processuais. Não me posiciono como homem ou como mulher, pra mim é indiferente. A minha necessidade dentro do partido, dentro do PSDB, é que sejam minimamente obedecidas as questões processuais de devido processo legal, para que se garanta dentro do partido o exercício da democracia em sua plenitude, tanto para os homens, quanto para as mulheres. Não me posiciono apenas como mulher, me posiciono como uma cidadã que quer vê o processo democrático sendo respeitado e em todas as reuniões que eu participei nesse período interno, de resoluções internas, eu me posicionei desta forma.

 

06 - Você fez algumas ações esse ano contra compra de voto e candidaturas laranjas. Como você analisa o cenário das candidatas mulheres em Alagoas? Acha que ainda há muitas mulheres que são laranjas nessas eleições?

Continuamos com um cenário muito ruim, de mulheres que ainda se submetem a colocar seus nomes em chapas, principalmente agora depois das coligações, onde os partidos políticos tiveram muito que ir atrás de mulheres, para compor chapa, para compor os 30% exigido da lei e foi bem complicado e eu acredito que não houve evolução da eleição passada para essa eleição. O que eu vejo, é que já existem mulheres muito fortes concorrendo de igual para igual, dentro do cenário político. São poucas, mas não há aquele desnível anterior. Acho que tem muita mulher forte e que lideram chapas, temos alguns exemplos aqui, mas a questão da candidatura laranja em si, eu acredito que ainda sim, muitas mulheres se submetem e as vezes nem sabe que seus nomes estão nessa chapas e recebem por isso algumas vezes. É uma evolução social que precisa ser implementada pela própria sociedade e não pela lei.

*Estagiário sob a supervisão 

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