“A pandemia escancarou um grande abismo social, principalmente, na educação”, diz representante da Undime

14/10/2020 12:01 - Educação
Por Ascom Direto da Província
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Os impactos da pandemia na educação e na aprendizagem dos alunos e o uso dos recursos do Fundeb para outros financiamentos, foram alguns dos assuntos abordados na noite desta terça-feira (13), durante mais uma edição do programa Direto da Província, transmitido ao vivo no Instagram do Portal CadaMinuto (portalcadamin).O debate conduzido pelo jornalista Luis Vilar contou com a participação da Secretaria Municipal de Educação de Santana do Mundaú e representante da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Daniele Rocha Melo.

De acordo com a Daniele, os impactos para os alunos são diversos, principalmente para os da rede pública, que vão desde as dificuldades com interação por meio dos métodos de ensino adotados durante a pandemia até a falta de ferramentas que possibilitem esse acesso virtual. “A educação foi fortemente afetada pela pandemia e a gente tenta trabalhar com as possibilidades que aparecem e dentro do que é possível, a exemplo do ensino remoto e da nova forma de ensinar e aprender. A Undime entende que tudo que tem sido feito é uma tentativa de minimizar os impactos irreversíveis na educação”.

Ela destaca ainda que “a pandemia escancarou um grande abismo social que se abriu de forma clara, principalmente, na educação. As aulas remotas não chegaram para todos. Temos alunos com diferentes condições sociais e financeiras e muitos deles sequer possuem acesso à internet”, pontuou.

Em relação ao quantitativo de alunos afetados pelas dificuldades do ensino remoto, Daniele destaca que só será possível fazer esse levantamento com o retorno das aulas. “A Undime tem orientado os gestores a fazerem levantamentos de dados por unidade de ensino. Monitorando, fazendo busca ativa dos alunos, procurando entender a não participação deles e buscando mecanismos que possibilitem o retorno para a unidade de ensino, mesmo que virtualmente”.

Questionada sobre a possibilidade de perda do ano letivo por parte dos alunos da rede pública, Daniele ressalta que essa decisão depende do entendimento de uma legislação educacional e do Conselho Estadual de Educação, mas que já são apontadas possíveis soluções para que isso não ocorra. “Estão sendo feitas análises para que no próximo ano se trabalhe com os dois anos letivos, de forma que seja vista a base nacional curricular e todas as diretrizes que o aluno deve aprender como prioridade”, ressaltou.

Em relação à retomada das atividades escolares, Daniele destaca que é importante é que os municípios se organizem independente de quando serão retomadas as aulas. “É preciso que a gente adiante o processo... faça a adequação dos banheiros, ônibus, salas de aula e elabore estudos para que quando for liberado, esse retorno seja feito da forma mais ágil possível”.

Fundeb

Em relação à proposta do governo federal de usar recursos do Fundeb para financiar o programa social 'Renda Cidadã’, Daniele pontua que o entendimento da Undime é que devem ser encontrados outros meios de financiamento, pois, a educação precisará de investimentos para reestruturar escolas e minimizar os imensuráveis impactos no pós-pandemia.

“Existem estudos que mostram os recursos necessários para a qualidade da educação. O Brasil está longe de chegar a uma base adequada. A luta do Fundeb foi para uma educação base, uma conquista que ainda está longe de proporcionar a qualidade necessária da educação que os brasileiros merecem. Acreditamos que devem ser encontrados outros meios. Os impactos a gente só vai ver mesmo daqui uns anos”, finalizou, pedindo que a educação seja vista como prioridade. 

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