Com o andamento do período eleitoral, o CadaMinuto inicia nesta sexta-feira (25) uma série de matérias com os candidatos a prefeitura de Maceió, possibilitando ao eleitor conhecer melhor os postulantes ao cargo e suas ideias e propostas para variados temas sobre a cidade.
O prefeito é a figura mais próxima da realidade da cidade e dos seus moradores na administração dentro do Poder Executivo. Com essa série de matéria, os maceioenses terão a oportunidade conhecer a avaliação de cada candidato sobre o tema, suas propostas e como eles pretendem administrar a cidade.
Os primeiros temas em discussão são transporte público e mobilidade urbana. As respostas foram ordenadas por ordem alfabética. Confira!
Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB)
A Mobilidade Urbana e o Transporte Público em Maceió receberam atenção especial no Plano de Governo do candidato Alfredo Gaspar. O crescimento da população, associado ao aumento da frota de veículo individualizados e a chegada dos aplicativos de transporte, exigem uma nova postura da gestão pública, a exemplo do que ocorre nas grandes e médias cidades brasileiras na busca da melhoria dos deslocamentos. Um maior número de veículos motorizados nas ruas implica em impacto negativo no transporte coletivo realizado por ônibus, no meio ambiente e deixa os pedestres e ciclistas em segundo plano na divisão modal, diminuindo a qualidade de vida e o acesso às oportunidades, portanto, nossas propostas são focadas no transporte público. O ponto de partida é o diálogo aberto com a população, premissa fundamental de uma gestão para pessoas, onde será discutido, desenvolvido e implementado um Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Maceió para priorizar as ações junto aos munícipes.
Destacam-se como propostas: Ampliar o número de ciclovias e ciclofaixas, realizando a conexão entre as infraestruturas cicloviárias existentes, visando consolidar uma malha que conecte as principais regiões e pontos de interesse de Maceió; Requalificar calçadas nos acessos a equipamentos públicos com maior fluxo de pessoas, tornando a cidade mais inclusiva e segura; Adequar vias estratégicas para torná-las mais seguras para todos, priorizando a implantação de projetos com o conceito de ruas completas; Outra prioridade é o transporte público por ônibus, considerando que a maioria dos deslocamentos diários ocorrem em direção à Região Centro-Litorânea no período da manhã e o retorno para as regiões mais distantes do centro no período da tarde.
Cícero Filho (PCdoB)
Maceió possui um sistema de transporte público ineficiente, que prende nossa população dentro de ônibus lotados e rouba a sua qualidade de vida.
Vamos atuar para garantir uma maior qualidade na prestação do serviço por parte das empresas de ônibus. Ao mesmo tempo em que vamos investir para que o nosso sistema seja mais lógico, priorize os transportes de massa e garanta que a população tenha o mais próximo possível de sua residência opções seguras de transporte, com pontos confortáveis.
Precisamos avançar também em alternativas para a população, como a ampliação das ciclovias e ciclofaixas, reestruturar o VLT, cuidar das nossas calçadas e vias de forma que tanto o pedestre como o motorista tenham conforto e segurança.
Corintho Campelo (PMN)
Em relação ao Transporte Público, vamos oferecer especial atenção para os pilares de sustentação da qualidade, a exemplo da acessibilidade, frequência de atendimento, tempo de viagem, lotação, confiabilidade, segurança, características dos veículos e dos locais de parada, sistema de informação, conectividade, comportamento dos operadores e estado da via.
Quanto à Mobilidade Urbana, vamos ampliar áreas atendidas pelos transportes públicos coletivos (ônibus e VLT), diversificar o uso dos meios de transportes (carros, bicicletas, ônibus, motocicletas), flexibilizar o horário das atividades urbanas (comércio em uma hora e atividades escolares em outra), para distribuir a mobilidade ao longo do dia, incentivar caronas coletivas para pessoas que vão para a mesma direção, promover a integração entre os transportes públicos (ônibus integrado com VLT, por exemplo).
Essas soluções vão amenizar os problemas de mobilidade, com parceria entre a sociedade e poder público, com campanhas de conscientização ambiental e de uso consciente dos espaços públicos.
Davi Filho (PP)
Tenho conversado sempre com usuários de ônibus, do Vergel ao Tabuleiro. E bem antes do desastre da extração de sal, que interceptou corredor de transporte e vias de escoamento importantes. Se, antes já tirava a paciência de quem dependia do transporte de massa, agora virou um caos. Basta ir nos terminais pra constatar. A licitação não resolveu os problemas e as empresas continuam circulando com carroções envelhecidos.
Não dá pra se conformar nem fechar os olhos. É preciso auditar esses contratos, abrir debate transparente com a sociedade e cobrar eficiência do serviço, porque o povo é que tá sofrendo. Ainda sobre o VLT, o desastre da mineração também obstruiu seu fluxo em direção ao Centro da cidade, prejudicando doze mil usuários ao dia. Tomei conhecimento de que a CBTU possui estudo para implantação de novo traçado. Já solicitei mais informações, porque vai ser preciso agir politicamente.
Faço parte de uma composição de forças políticas que reúne as melhores condições para cobrar agilização e fazer acontecer o projeto. Dentro do tema mobilidade, a prefeitura deve reivindicar do Estado a aceleração da duplicação da AL 101 Norte, que empacou em Jacarecica. A nova pista precisa ter passarelas, calçadas e ciclovias. Dados estimam em mais de 200 mil pessoas que utilizam regularmente bicicletas como meio de transporte e de atividade esportiva. Portanto, é uma realidade que necessita um olhar mais humano da gestão municipal.
Lenilda Luna (UP)
A questão do transporte público e mobilidade urbana foi o tema tratado no dia 30 de julho, com a presença de representantes da Associação Alagoana de Ciclismo, líderes comunitários e estudantis, para debater essa questão fundamental para que a cidade seja acessível para todas as pessoas que vivem nela. Entre as questões centrais no debate e na formulação de propostas destacaram-se: é preciso baixar a tarifa do ônibus, criar um sistema integrado de transporte urbano e é necessário construir mais ciclovias
Segundo artigo publicado pelo economista Lucas Barros, que é militante da Unidade Popular, “a tarifa de transporte público de Maceió tem onerado diversos trabalhadores, desempregados, donas de casa, estudantes, entre outros. Atualmente a tarifa sendo R$3,65 compromete a renda de um assalariado em no mínimo 21%. Porém a realidade atual é ainda mais grave, com a pandemia muitos perderam seus empregos e o auxílio emergencial foi cortado para R$300,00, valor pouco acima dos R$219,00 de quem precisa pegar ônibus todos os dias”
Outra questão é o não cumprimento de cláusulas fundamentais do contrato de concessão assinado em 2015. Não foi renovada a frota e os empresários acumularam uma dívida de mais de R$23 milhões junto ao município, valor que deveria ser usado para investimento na mobilidade urbana. Além de uma dívida de mais de R$90 milhões por não pagarem o Imposto Sobre Serviço de qualquer natureza (ISS) ao município, acumulando R$ 113 milhões em dívidas com os maceioenses. Esse dinheiro que não entrou nos cofres públicos corresponde a 4,3% do orçamento total do Município para o ano de 2020.
Os candidatos Josan Leite, Ricardo Barbosa, JHC, e Valéria Correira não enviaram suas respostas até o fechamento nessa matéria.