Com setor em crise, escolas particulares buscam diálogo para retorno escalonado das aulas

09/09/2020 06:20 - Educação
Por Gilca Cinara
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O retorno das aulas presenciais passou a ser a atenção das autoridades sanitárias e também dos empresários do setor da educação, que aguardam dar continuidade ao ano letivo de 2020. Em algumas regiões do Brasil, o retorno dos alunos nas escolas vem ocorrendo de forma gradual e vem servindo de exemplo para o restante do país. 

Em Alagoas, o Sindicato das Escolas Particulares explica que vem mantendo um diálogo consciente considerando a complexidade que envolve o retorno das aulas presenciais. “O Sindicato se mantém ao lado das decisões contidas nos decretos governamentais, principalmente pelo respeito à vida. Contudo, escola é uma empresa como outra qualquer. Por isso a importância de se estabelecer Protocolos Sanitários bem elaborados que atendam a necessidade dos alunos dos professores e da família”, disse a presidente Bárbara Eliodoro. 

Ela afirma que o retorno das aulas não é apenas disponibilizar álcool gel, álcool 70% e tapete sanitizante e verificar a temperatura de alunos e professores, mas uma garantia de segurança e a confiança entre os envolvidos circulantes na comunidade escolar.

 “Ocorre que a garantia só é possível com a vacina. Como não temos essa vacina a preocupação com o retorno causa muita desconfiança e divide a opinião de pais professores, funcionários, alunos, especialistas na área da infectologia e pediatria entre outros. Contudo, as escolas estão se adequando, adotando as medidas protocolares e esperando cada aluno para às aulas presenciais. Riscos correremos sempre. O maior desafio da escola é aprender a conviver com a presença desse vírus na sociedade realizando a sua função: ensinar. Seja de forma presencial ou remota. Precisamos reunir a comunidade escolar desde a educação infantil e dá continuidade a formação acadêmica dos alunos. É preciso achar o caminho do entendimento e das possibilidades com diálogo e segurança”, acrescentou Bárbara.

O diretor administrativo do Colégio Santíssimo Senhor, Jhoseph Oliveira, detalha que as unidades particulares estão construindo um protocolo de biossegurança, que deve nortear as instituições neste processo de volta às aulas presenciais, mas ainda não se pode falar ao certo quando isso poderá ocorrer.  

“Tivemos uma reunião com representantes do governo, representantes médicos (pediatria e infectologia) e representantes das escolas particulares (juntamente com o sindicato das escolas) e este momento surgiu, justamente, para alinharmos algumas situações importantes para a retomada das aulas”, disse ele. 

Assim como ocorreu em algumas partes do país, a expectativa é que as escolas particulares reabram suas portas antes das escolas públicas e esse mesmo modelo vem sendo adotado pelos empresários do ramo que ajustam a  estrutura das unidades para fazer esse retorno. 

“Agora, estamos trabalhando em conjunto com as escolas particulares sindicalizadas providenciando um protocolo seguro para o retorno. Além disso, seguimos com todas as medidas necessárias em relação ao funcionamento mínimo da nossa escola, como totens de álcool em gel, adesivos marcadores de distância, disponibilização de máscaras para os nossos colaboradores, aferição de temperatura para todos que chegam ao colégio, entre outras. Mesmo diante das dificuldades, ainda estamos buscando investir em tecnologia para oferecer um serviço de qualidade a todas as famílias, inclusive, àquelas que não retornarem às aulas, para que possam continuar as aulas e os alunos não sejam prejudicados”.

Proprietária de uma creche escola, a empresária Noélia Coutinho Baltazar defende que o governo elabore um plano de retorno estabelecendo a estrutura e capacidade de cada unidade, tendo em vista que cada uma deverá fazer adaptações específicas de acordo com o número de alunos. 

“Desde quando fechamos as portas iniciei uma série de adaptações dentro do meu estabelecimento para poder receber meus alunos. Seguir as orientações gerais dadas pelos sanitaristas, mas espero que o governo faça esse plano de adaptação de acordo com estrutura de cada escola, pois uma creche, como a minha que atende até 25 crianças, não pode ser equiparada a uma unidade que recebe mais de 100 de crianças”. 

O Governo do Estado ainda não estabeleceu um data prevista para esse retorno, mas já comunicou que vem realizando estudos para fazer o protocolo específico para o setor. 

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