Ficou para o próximo dia 25 de agosto a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a decisão sobre a consulta sobre a possibilidade de destinação de reserva de vagas e cota do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) para candidatos negros. Para discutir o assunto, o CadaMinuto ouviu a coordenadora do Instituto Raízes da África, Arísia Barros, que enfatizou que os partidos políticos correm a margens das candidatura de negros.
Na avaliação de Arísia, em Alagoas as candidaturas negras são principiantes, mas projetos que venha dar espaço e visibilidade para temáticas de pretos, na busca de desconstruir esse racismo estrutural são bem apoiados e defendidos.
“Isso a partir de uma lógica de começar a trabalhar um estado onde as pessoas possam ter equidade, onde possam ter seus direitos legitimados. Claro que o eleito, ele vai focar em outras coisas, mas é importante que seja priorizado. Os partidos não valorizam essas candidaturas. Elas ainda correm as margens”, colocou ela.
A coordenadora colocou que nos espaços de decisão falta pretos para por em pauta, temas importantes. “Vivemos em um país extremamente racista, onde os brancos estão no poder e brancos não possui interesse em discutir essas questões. Porém, vale ressaltar que nem todo preto, carrega a candidatura negra, pois ela possui princípios, objetivos e causas”, colocou ela.
A consulta que está sob análise do TSE foi feita pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), em questionamento sobre se uma parcela dos incentivos à candidatura de mulheres que estão previstos na legislação brasileira poderia ser aplicada especificamente para candidatos da raça negra.
Além de perguntar se 50% das vagas a candidatas do sexo feminino poderiam ser distribuídas a candidatas negras, a consulta quer saber se 30% do Fundo Partidário e do tempo destinado à propaganda eleitoral no rádio e na televisão poderiam ter, também como destino, essas candidaturas.
Segundo Arísia, a quando há estrutura, acaba incentivando com que jovens venham conhecer um pouco mais desse mundo que é capaz de mudar a vida de outras pessoas.
“Apesar disso, é preciso ter conhecimento. É preciso entender como funciona um partido, como funciona os trâmites, hoje todo mundo se candidata sem a mínima noção do que é o exercício de um cargo político”.