Crianças com deficiências neurológicas devem ser amamentadas

14/08/2020 09:21 - Saúde
Por Maceió
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As alterações neurológicas causadas pela Síndrome Congênita por infecção do Zika Vírus e Storch (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simplex), muitas vezes, dificultam que a criança seja amamentada por sua mãe. No entanto, a prática do aleitamento materno é fundamental para garantir a saúde e desenvolvimento desses pequenos.

E com o objetivo de realizar uma intervenção precoce desses casos, a Equipe Dedicada para acompanhamento da Síndrome Congênita por infecção do Zika Vírus e Storch trabalha, desde o primeiro momento, com a orientação dessas famílias e auxílio para que a amamentação seja possível também nos casos em que as crianças apresentam dificuldades de sucção.

“Os efeitos dessas limitações não se restringem às questões cognitivas e motoras. Muitas vezes as crianças acometidas por microcefalia e outras alterações neurológicas são prejudicadas também na hora de mamar, por terem o sistema neurológico comprometido e os reflexos não tão bem instalados, o que gera uma falta ou deficiência de coordenação entre a respiração, a deglutição e a sucção”, explica Rosário Vasconcelos,  enfermeira e responsável técnica pelo acompanhamento da síndrome.     

De acordo com a técnica, com a atenção necessária e no tempo certo é possível contornar as adversidades e garantir que mãe e filho desfrutem de todos os benefícios que o aleitamento materno proporciona.         

“Para a amamentação alcançar êxito é fundamental que as mães, cujos filhos nasceram com a Síndrome Congênita, recebam a orientação adequada e o apoio da família para dar de mamar, seja no peito ou por outros meios como o uso sondas e copinhos. Uma das principais dicas diz respeito à posição em que o pequeno deve ser alimentado: mãe e filho devem estar confortáveis. Não há uma regra específica, mas o bebê deve estar voltado para o corpo da mãe, com a sustentação do quadril adequada, de forma que a boca permaneça na altura do mamilo e da auréola”, detalha Rosário.          

Sem a orientação correta, o bebê com a síndrome congênita corre o risco de aspirar o leite materno para os pulmões durante a mamada. Por isso, é importante uma orientação já nos primeiros dias de vida. “Se a amamentação não for possível ou se não for exclusiva, a mãe pode ser apoiada para que consiga atingir uma produção de leite suficiente para alimentar seu bebê com leite materno. A amamentação ou a alimentação com leite materno deve ser encorajada, tendo em vista os benefícios de saúde e o vínculo afetivo entre mãe e bebê”, reforça a técnica.

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