A pandemia do novo coronavírus foi determinante para agravar problemas para a população LGBTQI+. Segundo um levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais, desde o início do isolamento social, assassinatos de pessoas trans e travestis subiram. Desemprego, renda, saúde mental e problemas no convívio familiar são algumas das maiores dificuldades citadas pela comunidade.
Ao retornar à casa dos familiares para cumprir a quarentena, muitas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais deparam-se com os preconceitos e a intolerância de pais, irmãos e parentes, que tornam a situação mais difícil e conflituosa. As tensões geradas pela pandemia somam-se à violência física, verbal ou psicológica. Ativistas e especialistas alertam para a importância de ações que amparem essa camada em vulnerabilidade.
Foi pensando nessa problemática que o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), incentivado pela Rede Brasileira de Casas de Acolhimento LGBTQI+, decidiu criar o Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego (CAERR), em Alagoas. O CadaMinuto conversou com Nildo Correia, jornalista e presidente do GGAL, que afirmou que devido à pandemia, muitos LGBTQI+ alagoanos chegaram a uma situação de rua, em virtude da expulsão de casa por familiares.
“Em Alagoas, até agora, foram 11 casos de LGBTs em situação de rua por expulsão de casa, e 47 casos por questões relacionadas a dificuldades financeiras, por terem perdido o emprego ou por serem autônomos e não poderem pagar aluguel”, destaca o ativista.
Além do preconceito e da intolerância, a população também se depara com as dificuldades relacionadas à falta de emprego. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego durante o primeiro trimestre de 2020 foi de 12,2%, já a taxa de desemprego da população LGBT é de 21,6%, de acordo com estudo da UNICAMP e UFMG.
Correia menciona que o CAERR é uma iniciativa que visa não só ser uma ferramenta positiva e afirmativa no combate à exclusão, mas também promover acolhimento social, através de suporte jurídico e psicológico, cursos profissionalizantes, reforço escolar, cursinho pré-vestibular e para concursos, aulas de artes, idiomas e defesa pessoal, atendimento médico e palestras-socioeducacionais.
Por não conseguir apoio dos poderes públicos do estado e do município, Correia conta que um mutirão foi criado para montar um grupo de colaboradores para a abertura da casa: “Achamos viável pedir a parceria da iniciativa privada e de pessoas físicas. Tem muita gente chegando interessada em prestar serviço voluntário, e contribuir nos custeios básicos como aluguel, água, luz, telefone, internet, material de limpeza e higiene”.
Com perspectiva de abertura até o final deste mês de agosto, todo tipo de profissional que queira minimizar os impactos sofridos pelo grupo em questão e se voluntariar a causa ou ser um sócio apoiador, será bem-vindo.
Para mais informações sobre o CAERR, acessar as redes sociais no Instagram, Facebook e Twitter através de @caerr.al, e pelo WhatsApp (82) 9 9644-1004.
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*Estagiário, sob supervisão da editoria









