Se o consumo de sal, no Brasil, seguisse os padrões recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,5 milhão de pessoas ficariam livres de medicação para hipertensão e a expectativa de vida delas aumentaria em quatro anos. Além disso, haveria uma redução de 15% nos óbitos por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 10% nas mortes por infarto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

 

“Tudo em excesso faz mal”, já diz o dito popular. Com o sal não é diferente, quando consumido em excesso, torna-se um dos maiores vilões da alimentação, mas antes de condenar totalmente o seu uso, vale lembrar que, se consumido com moderação, não faz mal, pois sal é rico em sódio, uma substância essencial para manter o equilíbrio de líquidos no corpo e ajudar na transmissão de impulsos nervosos e no relaxamento muscular.

 

No Brasil, a média de consumo é de 12 g de sal por dia, o equivalente a 4.800 mg de sódio. Esse volume é mais do que o dobro do recomendado pela OMS. O ideal é a ingestão máxima diária de 5g de sal ou 2.000 mg de sódio.

 

“Para ser considerado um quadro de hipertensão, de uma forma geral, ela deve alcançar 140 de máxima e 90 de mínima”, explica o cardiologista e cirurgião vascular Cleber Costa.

 

Se isso acontecer, o sangue estará circulando com uma velocidade e uma força além das que seriam recomendáveis, com isso as paredes arteriais sofrem uma espécie de erosão, resultando na formação de sulcos, que virariam depósitos de gorduras e que calcificariam com o tempo, podendo causar oclusão arterial (infarto, se no coração e o popular derrame, se for uma artéria cerebral).

 

A relação entre o consumo excessivo de sódio e o aumento da pressão arterial, não é novidade, quanto mais as pessoas abusam do saleiro, maior o risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como doenças cardiovasculares, doenças renais, entre outras, que são responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil, segundo dados de 2014, do Ministério da Saúde.

 

Quando falamos em excesso de sódio, um dos grandes vilões da alimentação são os alimentos processados, como os embutidos, laticínios e defumados.

 

“ O ideal é que o consumidor priorize os alimentos naturais. Além disso, também é importante evitar colocar mais sal na comida quando esta já está pronta”, aconselha Cleber Costa.