Desde que assumiu o governo Jair Bolsonaro trocou o presidencialismo de coalizão pelo de confrontação. Se não todo dia pelo menos toda semana uma briga com algo ou com alguém é gerada através de uma declaração ou de uma ação.

Como quem 'planta vento colhe tempestade', a do Chefe Supremo das Forças Amadas parece perfeitamente formada com a prisão nesta quinta-feira (18) de Fabrício Queiroz, amigo e ex-assessor do presidente e do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro.

Queiroz é investigado no caso chamado de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No esquema, funcionários do então deputado estadual Flávio Bolsonaro devolviam parte do salário e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e investimento em imóveis.

O ex-PM - que também é suspeito de ter vículos com milicianos no Rio, estava escondido há mais de um ano em um imóvel pertencente ao advogado da família do senador, em Atibaia, em São Paulo. A casa é do advogado Frederick Wassef, que também atua para Bolsonaro.

Com a economia em frangalhos, investigações sobre fake news e atos contra a democracia seguindo normalmente, além de pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados, queda na popularidade, mortes causadas pelo Covid-19, desgaste na imagem do presidente dentro e fora do Brasil, parece que a tempestade está prestes a desabar. Ou seja, o furacão junto ao presidente é real. 

Quando você junta tudo e olha pra todos lados parece não existir saída. Especialmente quando o governo não tem rumo nem comando. Porque se projeto tivesse não teria três ministros da saúde dentro de uma pandemia, dois de justiça, dois de educação em tão curto tempo de governo.

Um líder democrático capaz sabe dialogar, negociar -  e negociação não significa corrupção. Negociar significa unir grupos em torno de ideias e propostas, ouvir especialistas e tomar decisões, definir objetivos e liderar a sociedade.

Mas se tivernos um presidente incapaz de ter tais planos e atitudes ele está perdido, nós estamos perdidos.

E assim temos sido vítimas e testemunhas.

Por isso a estratégia de Jair Bolsonaro tem sido desde sempre manter o País em estado constante de polarização, de inquietação.