Caos na saúde, crise na economia, conflitos nas relações com parceiros comerciais, aumento nos índices de reprovação, risco de impeachment. Com tudo isso, esta é a hora certa da volta do presidencialismo de coalizão, ou seja, a indicação de membros de partidos para cargos no governo Bolsonaro em troca de apoio?
Tudo indica que sim tanto para o governo quanto para os partidos de sempre. As negociações estão a todo vapor, especialmente neste momento em que Jair Bolsonaro e o seu clã familiar afundam ainda mais em denúncias.
Um dos partidos que está negociando e discutindo internamente é o velho e histórico MDB. Há alguma resistência em fazer parte do governo, mas não dá pra viver fora do antigo jogo politico do 'toma lá, dá cá', da troca de apoio por espaço e indicações de cargos.
Cautela aqui, fome de comer acolá, os emedebistas estão avaliando. Para o deputado federal eleito por Alagoas Isnaldo Bulhões (MDB), segundo reportagem do UOL (leia aqui), a melhor maneira de entregar resultados para o eleitorado é dentro da máquina pública.
"Se o governo partir para política de coalizão, que parece que é o caminho que está buscando, acho válido participar com indicação. Não vejo problema, de maneira republicana, em atuar conjuntamente. Mas essas discussões são naturais da bancada, sem racha", defende o parlamentar.
Já o presidente da sigla, Baleia Rossi (MDB-SP), é mais cauteloso, estilo 'tô fora, tô dentro', o tal do apoio disfarçado:"Não podemos trocar cargos por apoio político. Devemos fazer o que já fazemos desde 2019: votar os projetos de interesse do País. Em especial, aqueles que convergem com o que acreditamos, como a agenda de reformas e de recuperação econômica".
Ele diz ainda que "O MDB é plural e, sobretudo, democrático. Na democracia, ouve-se a opinião de todos, mas respeita-se a decisão da maioria. A maioria do MDB quer o partido independente".
E a cada dia - por conta de atitudes, denúncias, investigações e processos -, Jair Bolsonaro fica ainda mais dependente do 'centrão' para se manter no cargo.
Será que consegue?