É falsa a informação de que governo de Alagoas tenha confiscado estoque de hidroxicloroquina

16/05/2020 15:05 - Oxi... Isso é Fake!
Por Redação com Assessoria
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A Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) afirmou ser falso um áudio que circula nas redes sociais, em Alagoas, onde um homem acusa o Governo do Estado de confiscar o estoque hidroxicloroquina e azitromicina das farmácias e diz que, por essa razão, o medicamento não estaria sendo encontrado pelos pacientes.

 

A secretaria esclareceu que a escassez desse medicamento é um problema nacional e que o Governo dispõe de dois tipos dele: a hidroxicloroquina, que tem sido comprada pelo Estado – mas não de distribuidores locais, e sim, de distribuidores nacionais – e a cloroquina, que é de uso hospitalar e está em falta no mercado.

 

No áudio, o homem diz que o sobrinho, de 25 anos, teria sido atendido pela equipe médica da Santa Casa de Misericórdia de Maceió e que os funcionários da unidade hospitalar teriam recomendado à família procurar o Ministério Público para poder ter acesso ao medicamento, que foi receitado para o tratamento do paciente. “Eu tenho um sobrinho de 25 anos e ele estava com alguns sintomas da Covid-19. Ele tem plano de saúde, procurou atendimento, foi feito alguns procedimentos e constataram que existe um início de lesão no pulmão. Ele saiu da Santa Casa e receitaram hidroxicloroquina e azitromicina”, diz um trecho do áudio.

Na sonora o homem continua: “Ao sair de lá, a própria equipe médica recomendou que fôssemos ao Ministério Público para poder ter o remédio. Em algumas farmácias, onde tem gente que não tem medo, dizem o seguinte: governador confiscou todos os remédios, os remédios não chegam nem na farmácia, pegam na distribuidora”.

 

A Secom esclareceu ainda que a cloroquina é fornecida exclusivamente pelo Ministério da Saúde, que enviou uma pequena quantidade para Alagoas. Por isso, o Governo do Estado está tentando comprar diretamente o medicamento, mas enfrenta a escassez no mercado. O Governo também tem pressionado o Ministério para que ele encaminhe mais medicamentos para os hospitais alagoanos.

 

Em nota, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF-AL), explicou que a reposição do medicamento Reuquinol (hidroxicloroquina) tem acontecido de forma mais lenta nas farmácias comerciais alagoanas. De acordo com o Conselho, o desabastecimento se iniciou a partir da informação de que este medicamento poderia combater a Covid-19, gerando a compra indiscriminada do produto pela população – o que em nada tem relação com a informação de que o Estado de Alagoas estaria confiscando tal medicamento.

 

Ainda segundo o CRF-AL, por se tratar de um remédio cuja procura era pequena antes da pandemia – só era usado no tratamento de doenças como artrite reumatoide e lúpus –, o estoque nas farmácias seguia o mesmo ritmo. "Ainda em fase de estudos, os medicamentos passaram a ser testados em pacientes com Covid-19 que já estavam internados nos hospitais, sendo assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde priorizaram o fornecimento para o serviço público que, por sua vez, direcionariam para os hospitais e centrais de abastecimento farmacêutico", diz um trecho da nota.

O Conselho orienta, por fim, que a utilização deste medicamento deve seguir todos os protocolos de saúde, que até o momento têm sido direcionados para os pacientes em estado mais grave da doença. Para a população, lavar as mãos, utilizar álcool gel e respeitar o isolamento social é a forma mais correta de prevenção.

 

Sobre o áudio, também por meio de nota, a Santa Casa de Misericórdia de Maceió ressaltou que todos os médicos ligados à instituição seguem protocolos do hospital e que as orientações aos pacientes devem se restringir ao melhor tratamento para o caso apresentado, sem recomendações de como ou onde adquirir os medicamentos prescritos. Ainda segundo a assessoria, o hospital não autoriza ninguém a falar em nome da instituição que não seja por ordem expressa do seu provedor, Humberto Gomes de Melo.

 

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