Cassado em 2005 pela Câmara, condenado pelo STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro - tendo sua pena reduzida em um terço pela delação na investigação do caso conhecido como 'mensalão do PT', no governo do ex-presidente Lula - o ex-deputado federal Roberto Jefferson tem sido uma voz política forte, nos útimos dias, no apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Antes disso tudo, vale lembrar, o presidente do PTB ficou conhecido nacionalmente como membro da tropa de choque durante o impeachment do então presidente Fernando Collor. Em 1993 teve o seu nome citado entre os envolvidos no esquema de recebimento de propina na CPI do Orçamento.
Já foi apoiador ferrenho e defensor de Ciro Gomes e de Lula em eleições presidenciais e agora ressurge como o político que tem dado as mais fortes declarações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro em sua guerra - ora semanal, ora diária - contra tudo e contra todos, contra inimigos reais e imaginários.
Em entrevista ao portal A TARDE, Roberto Jeferson diz que para não "cair" Jair Bolsonaro tem que se aliar aos partidos do centrão, critica o STF por interferências "descabidas" nas ações do governo federal e diz que se Bolsonaro não reagir "vão subir no cangote dele", semelhante ao que ocorreu nos governos anteriores de Dilma e de Temer.
Leia aqui a entrevista na íntegra e abaixo algumas declarações do ex-deputado federal:
1 - "Eu, se fosse o Bolsonaro, sabe o que eu faria com aquele mandato de segurança? Eu rasgava e jogava no lixo. Publicava a nomeação do Dr. Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, dava a posse e mandava o ministro Alexandre Moraes ir reclamar com o papa, lá em Roma".
2 - "A Dilma não reagiu e os ministros subiram no cangote dela. E se o Bolsonaro não reagir, eles vão subir no cangote dele. Então o meu conselho ao presidente Bolsonaro é o seguinte: corcoveia, joga no chão este ministro, desafia ele a tomar uma atitude depois que você desobedecer este mandado, que é inconstitucional, que é ilegal".
3 - "Eu fui da CPI do Collor, eu fiquei ao lado do Collor até o final e vi na CPI que o principal articulador era o Fernando Henrique, junto com o Mário Covas. Foi a mesma ação, a mesma operação, a mesma concentração de forças, os mesmos modos operantes do FHC com as forças políticas. Eles estão repetindo agora no presente momento contra o presidente Bolsonaro."
4 - "Ou Bolsonaro se alia a esses (centrão) partidos ou ele vai cair. O Collor mesmo já está dizendo. Agora o presidente Bolsonaro não rouba e não deixa roubar. Não vai ter PC Farias na vida dele. Não vai ter Pedro Collor, que vá dar uma entrevista na Veja acusando o irmão. Você repare que há diferenças, pois o irmão vomitou na Veja todo o caixa dois de campanha, que era gerenciado pelo PC Farias naquela época, o que levou àquela violenta pressão e à CPI do Collor no Congresso. Mas o presidente Bolsonaro se elegeu com R$ 2 milhões, sem tempo de rádio e televisão, o que é uma soma ridícula para uma eleição presidencial. Ele não rouba, isso eu assevero a você, que não rouba e não deixa roubar. Isso tem levado ao desespero a velha política do Congresso Nacional."
5 - "Nós não queremos indicar cargo nenhum no governo do presidente Jair Bolsonaro. Se ele me perguntar “ô, Roberto Jefferson o que você quer?”, eu digo: volta pro PTB, presidente, você já foi do PTB. Eu era o líder do PTB e ele foi meu liderado na bancada do partido. Homem honrado, homem sério, homem de palavra, homem limpo de princípios e de atitudes, que seria um prazer tê-lo de novo no PTB, porque ele nos engrandeceria e nos daria de novo as dimensões nacionais que o PTB merece."