O presidente desocupado de internet e despreparado - que recentemente exonorou a ciência e vive a se encreca sozinho - conseguiu a proeza de agora viver no modo impeachment.
Ou seja, tem que negociar com partidos do centrão para evitar que 342 dos 513 deputados apertem o laço da forca.
Do lado da opinião pública, o outrora eleito por uma soma de votos oriundos de "moristas, lavajistas, extremistas de direita, antipetistas e uma facada que gerou comoção nacional e o impediu de participar de entrevistas e debates na eleição de 2018, Jair Bolsonaro agora vê também cair firmemente o conceito do seu governo perante a opinião pública.
Pesquisa feita pelo Atlas Político com 2.000 pessoas entre os dias 24 e 26 de abril, e publicada no EL PAÍS (leia aqui), mostra bem o tamanho do abalo após toda confusão que motivou a saída de Sérgio Moro do minsitério da Justiça:
1 - 54%. É o percentual favorável a um processo de impeachment.
2 - 64,4% responderam que desaprovam seu desempenho enquanto 30% o aprovam.
3 - Levantamento também mostra rejeição de Bolsonaro maior que a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem 60% de reprovação.
4 - Pesquisa anterior, feita em março, 48% eram favoráveis ao impeachment. E a rejeição de Bolsonaro chegou a 64,4%, ante 30% de aprovação.
De acordo com o cientista político Andrei Roman, criador do Atlas Político, “Há uma queda sem precedentes da imagem positiva que o presidente tinha na nossa série histórica. Isso se reflete em várias perguntas relacionadas, como a pergunta sobre o impeachment. Pela primeira vez, a gente observa uma maioria a favor num momento em que se começa a discutir mais sobre isso, o que pode criar uma pressão popular sobre o Congresso”.
Andrei Romam também avalia que os partidos de esquerda não estão conseguindo tirar proveito do desgaste do presidente: “O desempenho de Lula e Haddad segue sendo o mesmo. Mas existe o surgimento dessas novas figuras de direita, como Mandetta e Moro, que se colocam fortes competidores para 2022”.
Talvez tenhamos visto na sexta-feira (24) o início do fim de Jair Bolsonaro?!