Covid-19: oftalmologista explica que população deve ficar atenta à exposição excessiva à luz de eletrônicos

Isolamento social provou aumento no uso dos smartphones e TVs como meio de entretenimento

O isolamento social, causado pela pandemia do novo coronavírus, provocou a mudança de hábitos na rotina da população. Como as pessoas estão passando mais tempo em casa, o tempo de uso de eletrônicos, como TVs, tablets, videogames e smartphones como meio de informação e entretenimento aumentou consideravelmente. Uma alternativa para combater as alterações que podem gerar tédio e afetar psicologicamente as pessoas.

Mesmo com a necessidade de se distrair, é preciso estar atento à exposição excessiva à luz dos aparelhos durante a quarentena. A proximidade da tela pode gerar cansaço visual, conforme alerta a oftalmologista da rede Hapvida, Sandra Valéria Albuquerque.

“Apesar de as novas tecnologias reduzirem os riscos de irradiação, a atenção demasiada às telas pode desencadear sintomas como dores de cabeça, ardor ocular, visão borrada, lacrimejamento e até olhos vermelhos”, explica.

A especialista orienta sobre a importância de tentar regular o contraste da tela dos aparelhos. “A minha recomendação é ter um cuidado especial com a iluminação do ambiente. O uso de cortinas, por exemplo, é indicado”, complementa a profissional. Devido à quarentena, as empresas optaram pelo regime de home office e muitas pessoas chegam a trabalhar de 10 a 12 horas por dia fixadas à tela dos computadores ou notebooks.

Nestes casos, Valéria recomenda realizar pequenas pausas para evitar o “cansaço” na vista. “O ideal é o uso do bom senso. A cada hora de exposição, é necessário descansar por alguns minutos. Um exercício interessante é piscar com mais intensidade e mudar o ponto de fixação, olhando para longe sem foco fixo”, afirma a médica. A oftalmologista alerta que colírios só devem ser utilizados se forem prescritos por um médico.

ÁLCOOL EM GEL E LENTES DE CONTATO

Assim como é importante redobrar a higiene das mãos neste período, o mesmo deve ser feito com os olhos. Mas a oftalmologista faz alguns alertas.

“O álcool em gel pode provocar irritação. Então, sempre que for lavar as mãos, evite ao máximo coçar os olhos. Lembrando que o álcool em gel é contraindicado para a assepsia dos óculos porque pode danificar a lente. O ideal é higienizá-los com água e sabão”, reforça Valéria.

Para ela, o momento atual também pede cautela no uso das lentes de contato. A oftalmologista do Hapvida recomenda trocá-las pelos óculos. “Sempre que possível é recomendado essa opção. No entanto em casos que o paciente tenha que usar as lentes deve proceder com a mesma rotina de higiene. Não esquecendo a limpeza dos estojos que podem ser lavados com maior frequência com água e sabão”, destaca.

As pessoas que usam lentes de contato tendem a ter contato com os olhos mais vezes. Já os óculos podem reforçar a barreira física protegendo o usuário de gotículas transmitidas ao conversar ou tossir, por exemplo.

CONJUNTIVITE E CORONAVÍRUS

Recentemente, pesquisadores da Academia Americana de Oftalmologia descobriram um novo sintoma do novo coronavírus: a conjuntivite.

A irritação da conjuntiva, que recobre a parte branca do olho, se manifesta em casos mais graves da COVID-19 e tende a ser semelhante aos sinais da gripe comum, como vermelhidão e ardência nos olhos, além de tosse, faltar de ar e febre.

“A conjuntivite e o contato com a lágrima podem transmitir o vírus, por isso que é tão importante prezar pela saúde ocular”, finaliza a oftalmologista.

*Com informações da assessoria