É buscando diariamente atender às medidas protetivas de mulheres vítimas de violência doméstica, com cautela, zelo e muita atenção que a Patrulha Maria da Penha (PMP), comemora o seu segundo ano de atuação no estado. Dados apontam que dentre todas as 297 mulheres que contam com o apoio dos militares, 51% das assistidas conviviam com o agressor há mais de 10 anos e outros 36% sofreram mais de três tipos diferentes de violência por parte de seus companheiros, podendo serem elas a física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial.
De acordo com os dados divulgados pela patrulha, o bairro com o maior número de assistidas é o Benedito Bentes, com 40 mulheres, seguido pelo bairro da Cidade Universitária que possui 25 assistidas.
O relatório da patrulha aponta ainda que a região da parte alta da capital que é composta pelos bairros da Forene, Santos Dumont, Village Campestre, Clima Bom, Santa Lúcia, Cidade Universitária, Village Campestre e Tabuleiro dos Martins, também possui um alto índice de vítimas.
Em todo o período de existência da PMP, as equipes de externa já realizaram 2.761 atendimentos e 34 prisões por descumprimento das medidas. O perfil das assistidas mostra também que 72% delas possuem entre 18 e 45 anos, 90% possuem filhos e 41% são desempregadas, deixando a entender que o seu companheiro se tratava do principal provedor financeiro da família.
“Elas recomeçaram suas vidas e vivem um novo momento”, diz comandante da patrulha
Em entrevista ao CadaMinuto, a major Márcia Danielli Assunção, que é responsável pela tropa, contou que para aqueles que compõe a patrulha é motivo de muito orgulho fazer parte deste projeto e destrinchou um pouco como funciona a dinâmica de atuação dos militares.
“Assistimos aquelas mulheres que já foram até a delegacia, que já fizeram sua denúncia, que agora estão resguardadas por medidas protetivas e que começam ainda mais necessitar deste elemento do estado que vai fazer com que ela venha se sentir realmente protegida e devidamente amparada”, contou a major.
Márcia Danielli disse ainda em um tom de comemoração e felicidade que durante estes dois anos de atuação a tropa conquista o saldo de um trabalho com uma estatística extremamente positiva.
“Todas as mulheres que foram assistidas pela patrulha se encontram hoje em outro patamar de segurança. Temos assistidas que hoje tiveram suas medidas protetivas renovadas, algumas que tiveram as medidas suspensas e outras que já foram até extintas e o que é mais lindo nisso tudo é que todas elas hoje permanecem em paz”, disse Danielli.
A major pontuou que há satisfação em fazer parte do núcleo, mas também existe um enorme sentimento de gratidão pelo trabalho que ao longo destes dois anos vem sendo realizado. “Agradeço primeiramente ao Governador do estado, agradeço a Deus, ao nosso comandante geral da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) e em especial a minha tropa e a todas as assistidas que confiaram em nosso trabalho”, concluiu.
*Sob supervisão da editoria