“Só quero saber o que aconteceu com o meu filho”. Foi com a voz embargada e com estas palavras que Francisca Silva que é mãe do jovem, Brunildo Matias, que desapareceu no dia 30 de março de 2018 com mais dois amigos começou o diálogo. 

Os três jovens Maxsuelto Fernandes Tenório, de 20 anos, Elton do Nascimento, de 24, e Brunildo Matias Vitor Silva, 22, saíram de suas residências nas primeiras horas da manhã com destino a uma região de mata fechada, nas imediações do Ecorpark, no bairro da Serraria, em Maceió, com a suposta intenção de que iriam buscar coco seco, já que na época se tratava do período de semana santa, mas desde então nunca mais foram vistos. 
O Cada Minuto conversou com Francisca que relatou a angustia e a dor de não ter notícias sobre o paradeiro do filho e lentidão dos órgãos competentes. “Cada dia que passa a dor aumenta, é a dor de três famílias juntas que passou a ser uma única dor. Eu não faço ideia do que possa ter acontecido com o meu menino, mas peço a Deus todos os dias misericórdia pela pessoa que fez”, desabafou. 

Em contato com o delegado Robervaldo Davino, que é o responsável pelas investigações, o caso é delicado, mas garantiu que a polícia tem feito o seu trabalho da melhor maneira possível. “Entendo o sofrimento destas famílias, a polícia fez todas as diligências possíveis naquela região, ouviu diversas pessoas, mas até agora não tivemos resultados tão satisfatórios”. 

Ainda segundo o delegado, apesar do tempo, a polícia trabalha apenas com o desaparecimento dos jovens. “Apesar de já ter se passado dois anos a polícia civil trabalha com o desaparecimento e é isso que estamos buscando esclarecer o que foi que realmente aconteceu”. 

Davino explicou ainda que na época das buscas, um homem que passava pelo local, encontrou uma mandíbula na estrada que fica na região e que a levou até a Delegacia. “Ele teve o cuidado de não jogar fora e levou até a nossa delegacia. Pedimos que ele fosse conosco até o local. Encontramos o fêmur, dois ossos de uma perna e um quadril”. 

Após encontrar a ossada, o delegado que comanda as investigações do caso acionou os institutos de Criminalística (IC) e de Medicina Legal (IML) para que fosse realizado o exame de DNA, mas até o momento estes resultados ainda não chegaram ao conhecimento da autoridade policial para que o sofrimento destas famílias possa ser amenizado. 

“Fizemos um teste de DNA quando encontraram uns ossos, mas até hoje a gente não teve respostas de nada, o que todas queremos é apenas paz e justiça”, disse Francisca, mãe de um dos jovens desaparecidos.

Procurada, a Perícia Oficial do Estado de Alagoas informou que a unidade está envidando esforços para concluir o referido exame de DNA, mas tendo em vista tratar-se de amostras complexas que ficaram expostas a intempéries como sol, chuva, e umidade e, que por se tratarem de ossos esponjosos, a extração do material genético para comparação tornou-se mais complexa.

A perícia explicou também que estão sendo necessárias várias tentativas e uso de vários recursos e métodos para se chegar a extração correta do material genético para a conclusão do exame, mas garantiu que que a equipe do Laboratório continua trabalhando diuturnamente para concluir o exame.

*Com supervisão da editoria.