Os tresloucados simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro comemoram todas as sandices cometidas por ele e por auxiliares próximos. 

Contudo, ainda bem que muitas vozes se levantam para criticar, ironizar e avaliar esse momento que parece louco, estapafúrdio - mas com atitudes estrategicamente pensadas e implementadas.

Por isso decidi compartilar com os meus poucos leitores análise, no Estadão, "Apatifam-nos", do escritor Luiz Fernando Veríssimo; opinião, também no Estadão, com o título "Descontrole Total" ,e uma entrevista na Folha com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso onde ele avalia o quadro comportamental e político brasileiro.

Apatifam-nos: 

“Apatifar”, nos diz o Aurélio, significa tornar desprezível, aviltar, envilecer".

"É impossível observar o Brasil de hoje sem a sensação de estar assistindo a uma pantomima tragicômica, à decomposição de um Estado que, dissessem o que dissessem de governos anteriores - inclusive os lamentáveis -, mantinha, pelo menos, a linha."

"Agora se entende por que Bolsonaro insistia em dizer que não houve um golpe em 64 nem uma ditadura militar nos 20 anos seguintes: ele queria montar o seu próprio regime militar".

"O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria como linguagem corriqueira, adotadas nos mais altos níveis de uma sociedade embrutecida. Apatifam-nos pelo exemplo."

Leia aqui na íntegra.

Descontrole total:

"O que aconteceu nos últimos dias é mais do que simplesmente uma reiteração da falta de moderação de Bolsonaro; trata-se de demonstração cabal da incapacidade do presidente de controlar a própria língua e, por extensão, o governo que chefia".

"Quando um presidente dá indícios claros de que ignora, em todos os aspectos, a liturgia e o peso político e institucional de seu cargo, estamos diante de um desgoverno."

"Num governo em permanente autocombustão, os bombeiros infelizmente ainda terão muito trabalho, pois o próprio presidente Bolsonaro, desde sempre, quando se manifesta sobre qualquer assunto, costuma adicionar gasolina ao fogo".

"A confusão de seu governo é reflexo de uma profunda incompreensão acerca de seu papel como presidente. Governar não é ofender – seja a honra das pessoas, seja a inteligência alheia."

Leia aqui.

FHC: 

"Mas está chegando um momento em que os que são responsáveis pelas chefias do aparelho institucional se comportem institucionalmente. Quem tem função presidencial tem de se comportar como tal. Eu sei que às vezes você fala por falar."

"É inaceitável, não tem cabimento você fazer referências assim a qualquer mulher, pelo que apareceu na mídia. Não acho que haja risco institucional, não sou alarmista. Acho apenas que é preciso ter um certo cuidado."

"Quando vejo os generais nomeados, tudo bem, é preciso ver como é a pessoa, se funciona ou não funciona. Agora, tem limite para tudo. Tem de haver um certo equilíbrio que, quando é rompido, as prejudicadas são as Forças Armadas. Você não pode confundi-las com o poder político."

"Nos Estados Unidos, eles conseguiram acreditar na Constituição, em que todos são iguais perante a lei. Aqui não é bem assim. As pessoas não se sentem iguais. Todos nós temos, em graus diferentes, impulsos que não são democráticos, que não são de igualdade."

"O Brasil é um país muito diverso, é difícil você exercer influência. Estamos em um momento em que é preciso construir pontes. É mais difícil do que saltar no vazio. E estamos construindo muralhas."

Leia aqui.

Tire as suas conclusões.