Corrupção, novo partido, PSL, direita e esquerda foram alguns dos assuntos abordados pela deputada federal Carla Zambelli, do PSL de São Paulo, em entrevista ao CadaMinuto. A parlamentar, uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, participa nesta sexta-feira (7), em Maceió, do I Encontro Alagoano de Apoiadores do Aliança pelo Brasil.
Adiantamos aqui alguns trechos da entrevista que será publicada na íntegra, em breve, no Blog do Vilar.
Novo partido
Sobre a coleta de assinaturas em todo o país para viabilizar o registro do Aliança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a deputada disse acreditar que alcançarão mais de 500 mil fichas de apoiamento, mas não deixou de falar sobre a possibilidade do partido não conseguir ser formalizado a tempo de concorrer no pleito eleitoral deste ano.
Segundo ela, caso isso ocorra será necessário criar rede de apoiamento, “uma base de pessoas bolsonarianas de direita, independente de partido”.
“Para a gente cumprir nosso propósito de campanha, que é menos Brasília e mais Brasil a gente precisa ter uma base. Não adianta pulverizar o poder se o poder na ponta é corrupto... Então são importantes essas eleições municipais e acho que mais do que a montagem do partido, essa caravana que estamos fazendo pelo Brasil é de conscientização... Falo para as pessoas que, independente de ser Aliança ou não, vamos votar em pessoas corretas, vamos renovar a política. Acho que isso tem adiantado bastante, independente do partido ficar pronto ou não”, avaliou a deputada.
PSL
Questionada sobre um possível apoio de Jair Bolsonaro a candidatos que permaneçam no PSL, inclusive em Alagoas, Carla disse achar muito difícil o presidente validar qualquer candidatura do PSL.
“Não há nada contra a sigla em si ou quem ficou, mas quem ficou sabe que há uma falta de transparência que até hoje não foi solucionada... Onde estão os recursos milionários que o PSL recebeu no útlimo ano? Estou respondendo dois processos de cassação de mandato instaurados pelo PSL porque estou perguntando isso. Quem ficar no PSL sabe que está num partido que não tem transparência, não age com honestidade e tem que pagar o preço por isso”, analisou.
Direita rachada
Em relação ao racha da direita logo no primeiro ano do mandato de Jair Bolsonaro, Carla afirmou que o esfacelamento “enfraquece a gente numericamente, mas qualitativamente nos fortalece, porque é uma depuração que o povo quer ver”.
Ela comentou ainda que as pessoas estão acostumadas à união da esquerda, que se dá “não pelo bem do povo ou do Brasil, mas pela quantidade de dinheiro que eles vão roubar”: “ Então eles se protegem a qualquer custo... Eles chegam ao ponto de defender o indefensável e a direita não deixa de criticar as pessoas”.
“As pessoas dizem que sou passadora de pano oficial, mas acho que nenhum governo vai ser perfeito... Não acho que Bolsonaro seja perfeito. Ele está tentando fazer o melhor que pode, com os recursos que ele pode e o poder que ele tem na mão”, analisou, acrescentando: “Temos um Congresso que, em sua maioria é corrupto, é de esquerda e quer lutar contra propostas que derrubam a corrupção... Temos também alguns poderes ainda corrompidos e isso atrapalha o andamento do trabalho do presidente”, frisou.
Em outros pontos da entrevista, a deputada também analisou a postura de Rodrigo Maia no comando da Câmara dos Deputados, a atuação de ministros e até sobre apoio a candidaturas de direita em Alagoas.