Fenaj registra mais de 200 ataques a jornalistas em 2019; veja casos de Alagoas

16/01/2020 17:14 - Vanessa Alencar
Por Vanessa Alencar
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Conforme o relatório Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, divulgado nesta quinta-feira (16) pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), no ano passado o país registrou 208 ataques a veículos de comunicação e jornalistas, um aumento de 54,07% em relação a 2018.

Ainda de acordo com o levantamento, em Alagoas houve dois casos de violência. Os registros citados no documento ocorreram no dia 30 de janeiro, em Maceió, e no dia 10 de agosto, em Rio Largo.

O primeiro caso envolve o procurador Márcio Guedes, que chamou os jornalistas alagoanos de “vagabundos” em uma postagem nas redes sociais: “Já disse e os vagabundos dos jornalistas alagoanos não querem ouvir. Pinheiro é a Mariana e Brumadinho de AL”, escreveu na ocasião.

O segundo episódio registrado no relatório teve como vítima a jornalista Viviane Chaves, assessora de imprensa da Prefeitura de Rio Largo. A profissional foi constrangida pelo promotor de Justiça Cláudio Malta, durante um evento na cidade sobre a campanha de combate a abuso sexual de menores.

Ao questionar o promotor em relação a parceria entre a prefeitura e o MP na campanha, ele respondeu: “Respeite-me, eu sou uma autoridade. Eu não tenho que estar enaltecendo nenhuma prefeitura; e não permito que você publique qualquer coisa sem a minha devida permissão sobre essa entrevista; peça-me desculpas. Não gostei de sua conduta; respeite-me; pois eu sou autoridade.”

A fala foi reproduzida na íntegra no relatório.

Vale lembrar que os casos são subnotificados, já que nem todos foram denunciados. Não constam do levantamento, por exemplo, todas as violências, principalmente psicológicas, sofridas pelos jornalistas durante e depois da greve da categoria, em junho de 2019.

Outros dados

No Brasil, a maior parte dos jornalistas (28,23%) vítimas de agressões diretas, em 2019, trabalham em televisão. Os profissionais que atuam em jornais ocuparam a segunda posição, com 33 casos, e em terceiro lugar estão os jornalistas que trabalham em portais, sites e blogs (23 registros).

Responsáveis por 144 ocorrências (69,23% do total), os políticos foram os principais autores de ataques a veículos de comunicação e jornalistas. O presidente Jair Bolsonaro, sozinho, atacou a imprensa e jornalistas 121 vezes, sendo responsável pelos 114 casos de tentativa de descredibilização da imprensa e por sete agressões diretas a um profissional.

Confira o relatório completo aqui. 

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