A nota do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),divulgada neste final de semana, mais clara não poderia ser ao culpar o governo do presidente Jair Bolsonaro pelas mortes de indígenas no Norte do país.
Posicionamento foi tomado após a morte de um terceiro líder em menos de 24 horas. Humberto Peixoto, do povo Tuyuca, do Amazonas, agredido brutalmente a pauladas na última segunda-feira (2), em Manaus. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu neste sábado (7).
Também sábado, foram mortos a tiros, no Maranhão, os caciques Firmino Praxede Guajajara, da Terra Indígena Cana Brava e Raimundo Belnício Guajajara, da Terra Indígena Lagoa Comprida.
De acordo com a nota , os crimes têm acontecido por causa do discurso racista além de ações administrativas contrárias aos direitos indígenas.
"O presidente Jair Bolsonaro tem dito e repetido, em vários espaços de repercussão nacional e internacional, que nenhum milímetro de terra indígena será demarcado em seu governo, que os povos indígenas teriam muita terra e que atrapalham o ”progresso” no Brasil”, afirma o texto.
O CIMI diz ainda que “Bolsonaro repetiu este discurso na abertura dos trabalhos das Nações Unidas em setembro deste ano, quando várias terras indígenas ardiam em fogo, principalmente na região Amazônica. Também no mês de setembro o ministro das Minas e Energia disse que estava preparando um Projeto de Lei para ser enviado ao Congresso com o objetivo de regulamentar a exploração de minérios e outras atividades da agropecuária nos territórios indígenas”.
Leia aqui a nota na íntegra.