Uma questão que tem inquietado o mundo político faltando 15 meses para o fim do governo Rui Palmeira (PSDB) é o silêncio, o marasmo “sem lenço, sem documento” da gestão do prefeito de Maceió.

Há quem acredite que ele está triste, outros apontam que pode estar deprimido, que há algum problema familiar, mas há quem aposte que Rui encheu ‘o saco’ de governar, tipo o cara que acorda pela manhã desanimado com a rotina imposta pelo trabalho.

Pode ser. Pode até ser uma das opções citadas acima, ou nenhuma. Mas o fato é que início de fim de governo é uma festa. Inauguração de obras – qualquer uma -, entrevistas e mais entrevistas para prestação de contas, apoio firme, constante e presente aos moradores do Pinheiro, Levada, Mutange, por exemplo.

Nada disso tem ocorrido, inclusive como forma de preparação para fortalecer ainda mais o nome do gestor para que ele transfira o seu prestígio para o candidato do seu grupo na eleição de 2020.

É bem estranho esse comportamento de Rui Palmeira próximo do fim da maratona, não é mesmo?

Já o silêncio do deputado federal JHC (PSB) lembra uma ação recheada de pragmatismo. Parece que desapareceu, não elogia nada nem ninguém, assim como também não critica e nem se compromete com coisa alguma – caso dos moradores atingidos pelo problema aparentemente causado pela Braskem.

Desse ponto de vista age corretamente o parlamentar. Líder em todas as pesquisas para prefeito de Maceió, em 2018 foi o deputado federal mais votado. Dos 178.645 votos obtidos, 89.376 foram em Maceió, o que representa 22,23% dos votos válidos no município. Há quem crave que a votação na capital foi espontânea, ou seja, sem acordo com qualquer liderança política, cabo eleitoral, enfim.

Essa votação e as pesquisas colocam JHC como candidato, hoje, bastante viável. O que ele precisa agora é manter o silêncio sobre temas locais polêmicos, articulação política – articuladores políticos - de credibilidade, se preparar para os debates e apresentar propostas factíveis, simples, possíveis de serem executadas.

Afinal de contas, enfrentar um candidato com o carimbo dos Renans, seja ele quem for, ou com a marca dos De Lira, cria boas possibilidades.

Esse também pode ser o verdadeiro motivo do silêncio de Rui Palmeira.