Fortemente questionados nos últimos anos com a radicalização da política ora pela esquerda, ora pela extrema-direita e até por personagens de centro, alguns ministros do STF vêm uma chance de desfazer e colocar em seu devido lugar personagens da Lava-Jato – agora Vaza-Jato.
As revelações de mensagens publicadas neste final de semana pela Folha e pelo The Intercept caíram com uma luva. No centro furacão estão diálogos do procurador Deltan Dallagnol e seus planos para obter lucros com palestras, inclusive sobre como abrir uma empresa em nome das esposas para evitar dor de cabeça com questionamentos legais.
Membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) – órgão que acompanha a atuação dos procuradores, foram questionados e ironizados por ministros do STF. É que o Conselho, anteriormente, avalizou as palestras de Deltan Dallagnol como legais e filantrópicas.
Agora, por causa dos diálogos – onde o procurador revelou ter recebido cerca de R$ 400mil líquidos -, a investigação será reaberta.
E se antes a apuração seria sobre as prováveis combinações com o juiz Sérgio Moro, o caso das palestras remuneradas também está no radar.
Como disse o ex-juiz italiano da Operação Mãos Limpas Gherardo Colombo, – citado por Moro como seu inspirador - "um juiz só pode se comunicar com um procurador formalmente, por meio de documentos oficiais". Ele também afirmou que "Se as regras sobre a imparcialidade e do processo não são seguidas, a Justiça não pode ser justa”.