Greve “Geral”: A luta para que o “tio do picolé” pague a aposentadoria do bancário

14/06/2019 13:51 - Leonardo Dias
Por Leonardo Dias
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O trabalhador brasileiro teve que acordar mais cedo para conseguir chegar ao seu emprego. Muitos, no entanto, não conseguiram evitar os transtornos. Encontraram em seu caminho barricadas com pneus em chamas e uma dúzia de pessoas vestindo o tradicional “vermelho comunista”.

A chamada do dia era para uma “Greve Geral”, mas acabou limitada aos mesmos sindicatos de sempre.

A principal bandeira: Contra a Reforma da Previdência.

O direito à livre manifestação é garantido pela nossa Constituição, sendo vedados o anonimato e o cerceamento ao direito de ir e vir. Se os sindicalistas querem lutar legitimamente pelos seus direitos, deveriam começar respeitando o direito dos outros.

“Farinha pouca, meu pirão primeiro”, já dizia o ditado popular. Pois bem, esse é o espírito daqueles que são contra a Reforma da Previdência.

A proposta apresentada pelo Governo reduz a contribuição ao INSS de todos os trabalhadores que ganham até um salário mínimo para 7,5%. É mais dinheiro na mão de quem mais precisa. Para estes trabalhadores, o subsídio previdenciário, ou seja, a diferença entre o que o Estado vai pagar durante a aposentadoria e o que o trabalhador pagou durante a sua contribuição, aumentará de R$ 152.950,00 para R$ 153.887,00.

Em contrapartida, se pegarmos um funcionário público com renda de vinte e cinco salários mínimos, o Estado deixará de subsidiar R$ 4.480.607,00 e passará a subsidiar “apenas” R$ 1.569.260,00.

A economia prevista na Reforma da Previdência se dará, justamente, sobre o subsídio que o Estado pagaria aos que passam a vida inteira recebendo altíssimos salários. Estes, se quiserem, que paguem uma previdência privada e complementem sua renda ao fim da vida.

O Estado deve proteger os mais pobres e é isso que a Nova Previdência fará.

Duvida que a luta é por privilégios? Pergunte ao sindicato da educação se eles concordam em se aposentar com a mesma idade de um pedreiro, de um encanador ou do “tio do picolé”? Pergunte ao sindicato dos bancários se eles concordam que a o Estado deixe de subsidiar suas boas aposentadorias e transfira esses recursos para quem ganha até um salário mínimo?

Essa é a luta por trás da fumaça dos pneus que queimam. De que lado você está?

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