Ontem (7 de junho), dezenas de graduandos colaram grau no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Entre eles e elas, estava Isabela, minha filha, a receber o diploma de arquiteta.
As famílias e os amigos lotaram o auditório, num momento emocionante, principalmente para muitos dos graduando(a)s que eram o primeiro membro da família a estudar numa universidade, com um detalhe a mais: numa universidade pública.
No auditório, a maioria, assim como na sociedade, era composta de graduandos e familiares pretos e pardos ‒ um sinal evidente de transformação da universidade pública. A invisibilidade do povo nos últimos vinte anos tem sido superada; falta ainda muito chão para caminhar.
O trabalhador e a trabalhadora que presenciaram o filho ou filha a se graduar têm motivo para ficar orgulhosos, sabendo que esse dia é um marco na vida de sua família.
Bolsonaro escolheu um alvo: a educação. Destruir a educação pública é a meta por ele estabelecida. Nunca foi tão atual a palavra resistir.
Resistir no Brasil, hoje, é um ato patriótico. Os professores, funcionários e estudantes têm resistido à sanha do governo federal e de seus aliados em tentar destruir a educação pública. Esse é o projeto do Bolsonaro, Paulo Guedes e Abraham Weintraub, em comum acordo com os empresários da educação privada.
Os professores têm sido atacados de maneira sórdida pelo presidente da República e pelo ministro da Educação. Nunca os professores foram expostos como nos dias atuais em redes de televisão. Nunca o direito de cátedra foi atacado na história brasileira. Sem esse direito é impossível o exercício do magistério.
Resistir, hoje, no Brasil, insisto, é um ato patriótico. Os presentes no auditório da UFAL aplaudiram quando um graduando mencionou um certo metalúrgico que ousou expandir o ensino superior no Brasil como nunca na história republicana. Emocionou a todos no auditório.
Resistir é preciso; resistir é necessário.