Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram nessa quinta-feira (23) a favor da equiparação das práticas de homofobia e transfobia ao crime de racismo e pela criminalização da homofobia. O Cada Minuto conversou com o presidente do Grupo Gay de Alagoas, Nildo Correia, que afirmou que “após tanto retrocesso, a comunidade LGBTI+ pode comemorar”.
Segundo Nildo, a comunidade LGBTI+ tem sofrido com vários retrocessos no país. Entre eles estão o fim do Conselho, a saída do plano de políticas públicas voltada para o público e o fim do programa de incentivo ao turismo LGBTI+. Porém, de acordo com Correia, é um marco saber que a criminalização da homofobia será realidade.
“Não é a toa que esse ano comemoramos 50 anos da batalha de Stonewall. Nessa luta tão árdua, acho que o Brasil, ao longo de tantos anos com massacres e exclusão, vai ser um país que avança ao criminalizar a homofobia”, comentou Correia.
Alagoas, segundo pesquisas do Grupo Gay da Bahia, é o estado mais perigoso do país para a população LGBTI+. O índice é de 6,02 mortes – assassinatos e suicídios – para cada milhão de habitantes. A média nacional é de 2,01.
O presidente do Grupo Gay de Alagoas disse que até maio desse ano registrou dois suicídios, três assassinatos e o grupo recebeu 67 denúncias de violação de direito – entre agressões físicas e moral -.
Correia disse que com a criminalização da homofobia, a comunidade precisa lutar para que esse direito faça valer e acompanhar de perto os casos.
No dia 05 de junho o julgamento será retomado. Ao fim da votação, quem ofender ou discriminar gays ou transgêneros pode receber punição de um a três anos de prisão.
“Vamos esperar o dia 05, mas agora felizmente, não tem como reverter a decisão”, finalizou Nildo.










