Camuflagem por conta da rejeição do eleitorado ou conexão com os novos tempos ditados pelas redes sociais? Eis o dilema atual de diversas siglas. Mas o fato é que cinco partidos, das 10 maiores bancadas do Congresso, já alteraram ou estudam trocar de nome.
O hoje poderoso Democratas – que comanda a Câmara e o Senado e ministérios do governo Jair Bolsonaro, deixou de ser PFL em 2007 e já usou como marca DEM.
O atual MDB já foi PMDB e agora avalia se chamar apenas Movimento. O PSDB aguarda pesquisa e análise para saber se deve ou não também mudar.
O PRB já decidiu que vai desaparecer. Em seu lugar vai surgir o “Republicanos”. O PPS, Partido Popular Socialista, já se transformou em Cidadania. E em 2017 surgiu o Podemos antes conhecido como PTN.
Há quem pense que o que os partidos vão morrer porque a comunicação agora é direta com o eleitor pelas redes sociais, não mais em sindicatos, por exemplo.
É como se o pensamento de esquerda ou de direita não mais terá tanta importância para o eleitor, sociedade, e sim que “as causas que mobilizam” é que terá significância.
Bem, tudo isso pode ser apenas modismo, pois o que talvez de fato tenha importância é que a população desconfia dos partidos porque estão desconectados e não expressam os anseios do povo.
De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), em 2018, oito em cada dez brasileiros (78%) afirmaram não ter “nenhuma confiança” nessas instituições (partidos). Portanto, trocar de nome para se viabilizar provavelmente não vai funcionar.
Como declarou Silvio Torres, tesoureiro do PSDB, à Folha de S. Paulo, sobre a ideia da nova elite do partido quanto a mudança de nome, “O PSDB tem história para se orgulhar e seguir em frente. Camuflagem é artifício que não serve nem à velha nem à nova política.”