Durante depoimento em nova audiência com a Justiça, o ex-secretário de Administração do município de Mata Grande, Carlos Henrique Lisboa da Silva, disse que mentiu durante a colaboração premiada que resultou no afastamento e prisão do prefeito da cidade e de vereadores da cidade, localizada no Sertão alagoano.

Na época da colaboração com a Justiça, Carlos Henrique declarou que a família Brandão ajudou a eleger Erivaldo Mandu, como sucessor de Jacob Brandão- que está preso por desvios de recursos públicos- com o compromisso de manter, em sua gestão, secretários indicados pela referida família de políticos.

O ex-secretário disse ainda que Mandu teria brigado com integrantes do clã Beltrão e exonerado alguns indicados da família.

Na nova audiência, Carlos Henrique revelou a Justiça que o ex-presidente da Câmara municipal, Jacob e Júlio Brandão - que também está preso- o pressionaram a mentir e dizer que os vídeos que mostrariam uma situação de pagamento de propina, do atual prefeito a vereadores, haviam sido gravados durante sua gestão, quando na verdade foram registrados durante a administração do Brandão.

Conforme a declaração do ex- secretário, ele foi obrigado a afirmar que os vídeos foram gravados em 2017, quando na verdade as gravações ocorreram entre agosto e setembro de 2016.

Na época em que as imagens foram registradas, Erivaldo Mandu era vice de Jacob Brandão.

Segundo Carlos Henrique, ele foi ameaçado pela família Brandão de que seria preso, pois algumas das imagens foram gravadas na sua casa. Com medo, ele contou que aceitou divulgar as imagens, mas que se recusou a mentir sobre a data das gravações.

Ainda segundo o delator, as imagens teriam sido manipuladas por Júlio Brandão, para que não fosse possível reconhecer o local onde foram registradas e que um técnico de Santana do Ipanema foi contratado para retirar o áudio.

As imagens foram anexadas em uma denúncia para o Ministério Público do Estado (MPE/AL), que pediu a prisão do então prefeito, Erivaldo Mandu, e de dois vereadores, Joseval Costa e Teomar Brandão.

Mandu e Joseval foram presos em 24 dezembro de 2017 e Teomar não foi localizado. Eles foram afastados do cargo e em 31 de dezembro deixaram a prisão e apenas Mandu retornou ao cargo.

Diante das novas revelações do delator, a Justiça irá apura as informações para tomar as providências pertinentes ao caso.

 

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*Com Informações Correio Notícia