Desculpe caro leitor, mas outra vez vou tratar sobre Jair Bolsonaro. É que os sinais são claros e crescentes quanto ao desgaste do presidente em pouco mais de 90 dias no cargo. Importantes empresários, durante um jantar, na semana passada, em São Paulo, têm agora “expectativa desanimada” com o governo.
Viagens excessivas, declarações desnecessárias e falta de articulação na reforma da Previdência demonstram, segundo a avaliação dos empresários, que Bolsonaro não entendeu, até o momento, qual a agenda prioritária para o Brasil.
Até no meio político ele já é visto com desconfiança. Nos encontros que terá com parlamentares nesta quinta-feira (4), deputados e senadores montaram algumas estratégias: Não conversar sozinho com o presidente, ou seja, ter “testemunha” do papo para, segundo um dos convidados, “Sei lá se o presidente vai sair de lá dizendo que pedimos isso e aquilo”.
Outra desconfiança é o quanto é verdadeiro o interesse presidencial de dialogar com congressistas. “Enfileirar seis conversas num dia mostra que não se quer conversar, mas sim posar para fotos”, disse um presidente de legenda ao Estadão (lei aqui).
Como dizem no meio político em Brasília, Bolsonaro não conhece ou não sabe como funciona a velha política, mas o filho dele, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), sabe perfeitamente. É que quando foi deputado estadual o gabinete dele é suspeito de ter se apropriado de parte dos salários de servidores.
Antes de embarcar de Israel para o Brasil, nesta quarta-feira (3), Jair Bolsonaro afirmou que o objetivo é "jogar pesado" na reforma da Previdência e "Se der certo, tem tudo para fazer o Brasil decolar."
Eu digo: Tá oquei, mas o clima por aqui não tá brincadeira não, tá oquei?
EM TEMPO:
1 - Alguns experientes deputados estaduais alagoanos têm certeza que, no caso do esquema no gabinete de Flávio Bolsonaro, no Rio, ele estava envolvido e ficava mesmo com os recursos.
2 - Essa certeza vem do know how alagoano. Pura expertise, embora nesse caso concreto não seja produto de exportação.
3 - E os partidos que vão conversar com Bolsonaro querem que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (EM (AP), sejam as “testemunhas” da conversa e fiquem sabendo de tudo o que foi acertado no papo. É para evitar, caso ocorra, que depois o presidente use as redes sociais e divulgue o que não ocorreu.