Já está claro que o rumo do governo Bolsonaro é a crise. Quando deixa a boca fechada ou não usa as redes sociais descobrimos que o presidente tem uma vizinhança que mata. Tem também fotos com os supostos envolvidos no assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. E ainda registros de seus filhos homenageando, na Assembleia Legislativa, PMs que depois perderam a farda por crimes e hoje atuam em milícias e no famoso escritório do crime.

A soma disso tudo tem dado uma repercussão ao caso que ultrapassa as nossas fronteiras. Enquanto a imprensa brasileira trata com correta cautela as relações pessoais e políticas do clã Bolsonaro, a imprensa internacional segue um caminho diferente.

O mais importante jornal dos Estados Unidos, o New York Times, destaca - em sua reportagem sobre a prisão dos supostos assassinos - a ligação entre a família de políticos e as milícias do Rio.

Não menos influente, o Washington Post anuncia que terá um novo correspondente no Brasil, Terrence McCoy. O país é visto como um laboratório de desafios globais, além do risco de se transformar num regime autoritário.

“Vemos o Brasil como um país particularmente relevante, porque muitas das questões que o Brasil enfrenta - uma mudança em direção à autocracia; violentas tensões sobre raça e violência; ameaças urgentes ao meio ambiente, e particularmente à Amazônia - podem ser vistas como microcosmos de desafios globais mais amplos”, diz o jornal.

 

Pra piorar, o colunista Lauro Jardim, do O Globo, revela que o delegado do caso, Giniton Lages, será afastado da segunda etapa da investigação que agora busca descobrir se há mandante. Justificativa dada será a de que o delegado cumpriu o seu papel

Contudo, o site Brasil 247 revela que “Lages desagradou profundamente o bolsonarismo ao citar o presidente da República e sua família na entrevista coletiva sobre a prisão dos assassinos no final da manhã desta terça-feira”. Vale lembrar que o governador Do Rio, Wilson Witzel, recebeu o apoio político da família nas eleições do ano passado.

Será que vem terremoto por aí?

EM TEMPO – Leia reportagem esclarecedora e aprofundada da Revista Piauí sobre o os assassinatos de Marielle e Anderson e a relação histórica  e familiar entre o poder público, política e milícia.