O presidente Jair Bolsonaro já é visto como o provável maior criador de crises da história da política brasileira. Tal avaliação parece precipitada, mas as ações e atitudes alimentam essa perspectiva.
Não bastassem os problemas criados por seus filhos na relação com milicianos no Rio e no caso do afastamento do ministro Gustavo Bebianno, o próprio presidente escolheu Fernando Bezerra (MDB-PE) como líder do seu governo no Senado.
Não é nada, não é nada, mas o senador pernambucano – ex-ministro da Integração do governo Dilma Rousseff e líder de Michel Temer no Senado no ano passado, é alvo de um rosário de inquéritos.
Ele é suspeito de ter de recebido R$ 2 milhões de empreiteiras por obras no Porto de Suape, em Pernambuco. Também é investigado por supostos crimes contra a lei de licitações quando era prefeito de Petrolina.
E consta ainda como investigado na apuração de irregularidades relacionadas a obras da Arena Pernambuco – um dos estádios da Copa do Mundo no Brasil em 2014.
A escolha do presidente Jair Bolsonaro ocorreu no início desta semana, um dia após Fernando Bezerra Coelho prestar depoimento num desdobramento da Lava Jato.
Antes do esperado, o presidente Jair Bolsonaro é pego na mentira no caso Bebianno, escolhe um político investigado em suposto esquema de propinas como líder do seu governo. Ou seja, corre o risco de perda completa de credibilidade junto aos seus simpatizantes.
Portanto, “quem planta vento colhe tempestades”, principalmente na política.