Tudo indica que o presidente Jair Bolsonaro irá explicar aos brasileiros, como garoto-propaganda, a reforma da Previdência, mas sem se aprofundar sobre o tema, é claro.
Início de governo, popularidade em alta, pouco desgaste, 57 milhões de votos e muita influência nas redes sociais dão respaldo para o uso dessa estratégia. A ideia, do ponto de vista político-administrativo, é aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ainda no primeiro semestre deste ano.
Contudo, Bolsonaro vive neste momento um dilema, digamos, ‘existencial-presidencial-parlamentar’: ele já pode se beneficiar do mais vantajoso regime de aposentadoria concedido a parlamentares, mas não sabe o que fazer.
É que o presidente está apto a solicitar, por ter sido deputado por quase 28 anos, o benefício do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), que é concedido a partir de 50 anos de idade e oito anos de mandato.
Recebe o salário integral de parlamentar quem completa 30 anos de contribuição para o sistema. O valor da pensão fica fora do teto do funcionalismo.
Além de Bolsonaro, mais de 140 deputados e ex-deputados poderão pedir essa aposentadoria a partir de fevereiro. O valor é de até R$ 33.763. No caso de Jair Bolsonaro, ele poderá acumular a aposentadoria com o salário de presidente da República, que é de R$ 30.934,70.
Como ‘aposentável’, será que o presidente irá fazer cumprir o que a lei permite, mas que é um baita privilégio?