Mais uma vez no centro da disputa pela Presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) sempre se coloca no ringue dos enfrentamentos. Só que dessa vez também usando estrategicamente algumas declarações publicadas nas redes sociais sobre o processo.

Tamanha sabedoria política não pode ser desprezada ou menosprezada. O senador já percebeu que boa parte da classe política não entendeu o recado das urnas.

É nesse espaço que ele vem se posicionando com petardos certeiros e discretos sobre diversos temas. E aos poucos consegue movimentos e apoios mesmo que, inicialmente, discretos.

O MDB publicou nas suas redes sociais textos afirmando que tem o direito de indicar o futuro presidente, uma vez que tem a maior bancada do Senado – 12 dos 81 senadores.

O partido afirmou que “A sociedade, através do voto, credenciou o MDB como partido majoritário a indicar o presidente do Senado Federal. Em que pesem as opiniões divergentes e tantos capacitados pretendentes, este é um direito que foi dado pelos eleitores e este nome será escolhido pela bancada quando for o momento dessa discussão. Conveniente ressaltar ainda que essa discussão será feita também com os senadores eleitos que tomam posse em fevereiro de 2019”.

Ou seja, Renan conseguiu trazer para o centro do ringue o seu partido. Dessa forma, o posicionamento de todos os lados terá forte influência na eleição da Câmara, o que significa que as negociações envolverão com maior aprofundamento as siglas, inclusive – repito - nas duas casas. Tipo um 'pacotaço'.

Essa situação pode trazer consequências negativas na relação entre o Legislativo e o governo Bolsonaro. Especialmente se o presidente eleito, ministros e companheiros do PSL optarem  por defender ou rejeitar algum nome abertamente, diretamente.

Mais uma vez com Renan Calheiros distribuindo as cartas do baralho, parece que a história se repete, mesmo com a troca de alguns atores.

Ou, quem sabe, é a mesma novela da disputa pelo poder, mas com vários personagens novatos.