A pesquisa Data Folha divulgada nesta quinta-feira (25) traz um dado interessante: Dentro da margem de erro entre os entrevistados que se declaram homossexuais, bissexuais e de outras orientações que não a heterossexual, enquanto Jair Bolsonaro tem 29% de intenções de votos, Fernando Haddad aparece com o dobro, 57%. Nulo ou branco é de 7% e 6% dizem não saber em quem votar.
Nesse levantamento, foi a primeira vez que o Data Folha perguntou sobre a orientação sexual do entrevistado. 86% se declararam heterossexuais, 3%, homossexuais, 2%, bissexuais, 2%, de outras orientações sexuais e 6% dos que responderam à pesquisa não quiseram responder a essa pergunta.
Sem surpreender, a pesquisa mostra o quanto é alta a rejeição do candidato do PSL. Se entre os heterossexuais é de 42%, vai a 62% no grupo. A do petista é de 55% entre os heteros e de 31% entre homos, bis e pessoas de outras orientações sexuais. Haddad foi o mais votado no primeiro turno no grupo, 36%. 21% declaram ter votado no capitão.
Certamente que essa diferença na disputa pelo segundo turno nesse segmento específico – os homossexuais – é ampla porque Bolsonaro colecionou em sua trajetória política declarações hostis à comunidade LGBT. Em 2011, por exemplo, disse que não seria capaz de amar um filho homossexual e preferia que ele “morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo".
Jair Bolsonaro constantemente também protagonizou cenas de oposição no plenário da Câmara contra projetos dos governos petistas de inclusão e combate ao preconceito. O combate á homofobia em escolas públicas, por exemplo, apelidou de Kit Gay. E em 2015 protestou contra a realização da Parada Gay no plenário.
Pesquisa Datafolha, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, entrevistou 9.173 pessoas nos dias 24 e 25 de outubro de 2018, em 341 municípios. A margem de erro no recorte de orientação sexual é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.