Frases antigas e tradicionais como “eleição só termina quando o último voto é contado”; “não se canta vitória antes de contados todos os votos” e “fulano só é o ‘mandão’ quando tiver a caneta na mão” dão um pouco o tom do que significa uma disputa eleitoral.

São vários e notórios os casos de políticos que até sentaram na cadeira, tiraram foto, definiram e anunciaram nomes para cargos e depois de abertas as urnas o resultado foi outro. De alguma forma caso parecido ocorreu em São Paulo, capital, com Fernando Henrique Cardoso antes de se tornar presidente da República.

Provável próximo chefe da nação, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e o seu entorno têm agido publicamente com essa certeza. Sondagens de nomes para cargos, quem do governo Temer deve permanecer, declarações autoritárias, fora do tom político, fila de empresário e prefeitos indo ao seu encontro em sua residência, enfim.

Pois bem, a pesquisa Ibope divulgada na noite desta terça-feira (23) traz alguns dados reveladores - preocupantes ou animadores dependendo do ponto de vista -, porque os números iniciais que parecem uma ‘marolinha’ têm capacidade de crescimento e de se transformar numa onda.

Ou não, claro.                                                                     

Na pesquisa espontânea – na qual os eleitores indicam sua opção antes de receber um disco de papel com os nomes dos candidatos, Bolsonaro lidera por 42% a 33%. Mas no levantamento anterior o placar era de 47% a 31% – o que significa que a vantagem caiu de 16 pontos para 9.

Outro dado relevante é quanto a rejeição: a de Bolsonaro pulou de 35% para 40% e a de Haddad caiu de 47% para 40%.

A vantagem do deputado federal sobre o ex-prefeito de São Paulo é bastante alta, e 14 pontos, e o tempo de campanha eleitoral reduzido para uma alteração. Entretanto – e aqui vai o óbvio – “eleição é eleição”, ou ainda, “cada eleição é uma eleição”.