Decidi liberar este espaço para um artigo do empresário Ricardo Semler após ter visto o seu texto, publicado na Folha, reproduzido em diversos sites. Tem dado muito o que falar nas redes sociais em todo o país. De repente, quem sabe, ele tem razão sobre a ideia que defende. Cabe,porém e ainda bem, no final de tudo, ao eleitor-cidadão decidir o que fazer quanto ao seu voto.

Ricardo Semler é sócio da  Semco Style Institute e fundador das escolas Lumiar. Ele assina artigo com o título “Alô, companheiros de elite”, onde condena o apoio recorrente de empresários e colegas a qualquer candidatura que seja capaz de vencer o PT, inclusive o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

O empresário é ex-professor visitante da Harvard Law School e de liderança no MIT (EUA) e se recorda que alertou colegas contra Collor e também contra “a ida das elites à Paulista para derrubar a Dilma equivalia a ‘eleger’ o Temer e seus 40 amigos”.

Ricardo Semler revela que estremece “ao ouvir amigos, sócios e metade da família aceitando a tese de que qualquer coisa é melhor do que o PT”. Afirma ainda que “a reação de medo e horror da esquerda, Ciro incluso, é ignorante”, para perguntar mais adiante: “Oras, trocar vigias com pistolas por seguranças com fuzis é um avanço? Ou é melhor aceitar que o país é profundamente injusto e um lugar vergonhoso para mostrarmos para amigos estrangeiros?”.

Ele deixa claro que não compartilha com o pensamento, “os pressupostos ideológicos do PT e —até pouco— fui filiado a um partido só, o PSDB”, mas reconhece “que as elites deste país sempre foram atrasadas, desde antes da ditadura, e nada fizeram de estrutural para evitar o sistema de castas que se instalou”.

“Quem terá coragem, num almoço da City de Londres, de defender a eleição de um capitão simplório, um vice general, um economista fraco e sedento de poder, e novos diretores de colégio militares, com perseguição de gays, submissão de mulheres e distribuição de fuzis à la Duterte?”, pergunta.

Por fim, questiona: “Colegas de elite, acordem. Não se vota com bílis. Precisamos de tempo, como nação, para espantar a ignorância e aprendermos a ser estáveis” e encerra: “Não vamos deixar o pavor instruir nossas escolhas. O Brasil é maior do que isto, e as elites podem ficar, também. Confiem”.

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