Não decolar nas pesquisas, descumprimento de compromissos acertados, a não unificação do grupo e a grande probabilidade de sofrer uma derrota humilhante levaram o senador Fernando Collor (PTC) a desistir da disputa pelo governo.
Essa é a voz geral.
Contudo, há outras historinhas.
Análises e pesquisas internas vinham revelando que a candidatura de Collor só crescia em rejeição, cerca de 58% no dia em que desistiu da disputa pelo governo. Estava, também, contaminando fortemente a quem deveria ajudar, Benedito de Lira (PP), desde o dia em que entrou na disputa.
Ou seja, errou quem imaginou que o palanque dado por Collor a Biu seria positivo para ambos. Acerta agora quem conclui que a desistência de Collor é benéfica para o senador pepista. Imagine, caro leitor, uma cirurgia onde o sangramento intenso foi estancado pela equipe médica.
Entretanto, se ainda não é sabido quando o paciente sairá da UTI, tampouco se irá sobreviver, é certo é que o senador do PP está de novo sem palanque. Só que essa situação pode abrir-lhe acertos com prefeitos que queriam votar nele, mas não aceitavam votar em Collor.
Portanto, dos males o menor: há uma luz no fim do túnel.
Só não dá pra afirmar que o paciente conseguirá se recuperar a tempo.
É que um dos inúmeros problemas de Biu está dentro de casa e se chama Rodrigo Cunha, candidato ao Senado pelo PSDB. O deputado estadual rejeitou apoiar e fazer dobradinha primeiro com Biu, depois com Collor.
A presença de Collor na coligação era para Rodrigo, que fala da nova política, um grande incômodo que ele constantemente precisava justificar. Agora não mais.
Por isso dá para concluir que a saída de Collor também foi excelente para Cunha.
E se foi boa para ele, é ruim para o companheiro de coligação.