O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e o seu guru econômico, Paulo Guedes, defendem, para agradar ao mercado, o Estado mínimo. Mas o seu candidato à vice-presidente, General Hamilton Mourão (PRTB), segue um caminho diferente. Ou seja, a linha de pensamento de Mourão para enfrentar a fragilidade econômica do Nordeste é a mesma iniciada no governo do ex-presidente Lula.

Em Fortaleza, nesta terça-feira (28), o general afirmou que regiões como o Nordeste necessitam de um Estado forte. Segundo disse, pelo fato de o Brasil ser um País com dimensões continentais, cada Região tem características próprias e, no Nordeste, a realidade ainda é de pobreza.

"No Nordeste, o Estado tem que ter participação grande. Como existe uma população empobrecida, pelas próprias características da Região, aqui o Estado não pode ser tão pequeno como pode ser no Centro-Sul. Essas dicotomias existem no País, por isso a gente diz que as coisas não podem estar centralizadas em Brasília", defendeu.

O General disse ainda que o governo de Jair Bolsonaro, caso eleito, programas e medidas essenciais para o desenvolvimento da Região, como o Bolsa Família, as operações de carros-pipas, a construção de poços cartesianos e a finalização da Transposição das águas do Rio São Francisco e da ferrovia Transnordestina, precisam ter continuidade.

Aliás, todos esses projetos e programas foram implementados na região pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Será que já há um choque entre o que propõe o economista Paulo Guedes e os militares. Ou tudo não passa de discurso de campanha adequado à necessidade?