O pragmatismo próprio da política determina que para alcançar o objetivo nessa profissão é preciso fazer uma operação matemática: somar e multiplicar apoios e aliados e nunca, por ação ou omissão, dividi-los ou subtraí-los.
Porém, essas duas últimas ‘operações’ têm ocorrido com alguma frequência nas eleições em Alagoas. Em 2014, por exemplo, Heloísa Helena disputou o Senado rejeitando fechar alguns apoios, coligações e anunciou que não subiria em determinados palanques se essa ou aquela figura estivesse presente.
Só que ao aceitar outros apoios e ao subir em determinados palanque, caso do da tradicional família Toledo, formada por usineiros e políticos, abriu o leque para ser atacada pelos adversários que a acusaram de hipocrisia política. Afinal de contas, não ficou claro o critério que excluía este ou aquele grupo profissional e tradicional na política local.
Fato semelhante ocorre nesta eleição. O cargo é o mesmo, o personagem é outro – uma novidade é que o partido e alguns dos seus membros são investigados por corrupção -, mas o critério de exclusão não é tão diferente.
Rodrigo Cunha (PSDB), candidato ao Senado, é o personagem central dessa comparação. Ele não sobe no palanque de alguns membros de sua coligação, casos dos senadores Biu de Lira e Collor, respectivamente candidatos a senador e a govenador.
Mas colocou como sua primeira suplente a chefe da família Caldas, Dona Eudócia Caldas, ex-prefeita de Ibateguara, esposa do ex-deputado João Caldas e mãe do deputado federal João Caldas. Além disso, tem participado de eventos políticos no interior com membros da família.
Ah, ia esquecendo: Políticos ligados umbilicalmente e defensores ferrenhos de Fernando Collor também apoiam Rodrigo Cunha, caso da ex-prefeita de Arapiraca, Célia Rocha.
Portanto, qual é mesmo o critério que cria o discurso do ‘diferente’?
Será o partido, o mesmo de Aécio Neves, Gerlado Alckmin e do ex-governador Teotonio Vilela?
Pode ser pesquisa eleitoral qualitativa e profissionalismo político.
Faz parte.