Enquanto a eleição majoritária e proporcional em Alagoas está praticamente definida, aqui ao lado, em Pernambuco, lances decisivos da política local estão sendo jogados com profundas consequências na disputa presidencial.
Uma mulher, vereadora por Recife, neta do ex-governador Miguel Arraes e prima do também ex-governador Eduardo Campos, Marília Arraes (PT) está alterando o quadro eleitoral no estado e no Brasil.
Com condições concretas de vencer o governo contra o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Armando Monteiro (PTB), ela é o principal “empecilho” para que ocorra o entendimento nacional e o PSB apoie o candidato petista para presidente.
É que o partido de Câmara, cuja executiva nacional é dominada por nordestinos e, principalmente, por pernambucanos, exige que Marília não concorra. Em outros dois estados há alguns problemas, porém mais fáceis de serem administrados.
Em São Paulo, por exemplo, o governador Márcio França não quer o PT – desgastado, em seu palanque. Em Minas, o ex-prefeito de BH, Márcio Lacerda, quer disputar o governo, tem poucas chances, mas também defende o apoio a Ciro Gomes (PDT).
Ou seja, nos dois estados do sudeste a situação é menos conflituosa para ser resolvida. Mas em Pernambuco, a coisa tá pegando fogo, o que é mostrado pelas pesquisas de opinião, falta de confiança entre dirigentes das siglas e os diferentes interesses partidários localizados.
Pesquisa Datamétrica publicada pelo Diário de Pernambuco sobre a disputa pelo governo revela um cenário semelhante ao levantamento anterior. Realizada entre os dias 11 e 12 de julho, o governador e candidato à reeleição, Paulo Câmara (PSB), segue tecnicamente empatado com a vereadora do Recife Marília Arraes (PT).
Na espontânea, Câmara aparece com 13% e Marília com 11%. O senador Armando Monteiro (PTB) registra 6% das intenções.
Vale lembrar que na eleição anterior Paulo Câmara estava derrotado. Mas a emoção da tragédia que vitimou o jovem ex-governador Eduardo Campos, a quem Câmara era ligado, deu-lhe a vitória sobre o senador Armando Monteiro. Há quem diga, com todo respeito, que quem venceu o governo em 2014 foi o governador morto.
Toda a máquina de campanha trazia declarações de Campos pedindo votos para Câmara. Além disso, a família do ex-governador declarou publicamente o seu apoio e se engajou na campanha.
Leia reportagem na íntegra sobe a pesquisa para o governo de Pernambuco aqui.