A frase acima foi ouvida por uma plateia de advogados e foi dita por Delfim Netto – ex-ministro da Fazenda no governo do general Emílio Médici, ministro da Agricultura do general João Figueiredo e do Planejamento durante a abertura democrática. Em 1987, foi eleito deputado constituinte e, depois, deputado federal por São Paulo pelos 20 anos seguintes.
Segundo Delfim, o sistema brasileiro foi feito para se perpetuar e se manter e nenhuma reforma política dos últimos anos tocou em algo importante ou transformador. Ou seja, o sistema é montado para manter o poder dos donos dos partidos, o que significa que o que muda é para continuar como está.
Além disso, as eleições no país são focadas nas disputas para os cargos federais, pois é no Congresso que, de fato, o poder será compartilhado, capitaneado, ou tomado. Como exemplo, em 228 anos de eleições, os Estados Unidos tiveram 45 presidentes. Em pouco mais de 90 anos, o Brasil teve 43, sendo que somente cinco presidentes terminaram seus mandatos.
Bom, e como o que mudou continua como está, portanto nada mudou em termos de legislação eleitoral, o próximo presidente terá que negociar nas mesmas condições que os presidentes anteriores construíram o entendimento: cargos, verbas orçamentárias, obras, áreas de influência, enfim.
Os deputados e senadores eleitos serão basicamente os mesmos, sem nenhuma alteração percentual significante e transformadora no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas. Assim o modelo é repetido nos municípios, estados e no distrito Federal. O que significa que é isso que o sistema político-eleitotal brasileiro historicamente entrega.
Simplificando, pra não ser "impichado" é o modelo ou “dá ou desce”.