Os dias passam voando. Eu já tenho 52 anos, testemunho mais uma eleição e outra copa do mundo. Já faço contas do tempo de vida útil do corpo, se tudo der certinho como dois e dois são quatro. Mas ninguém controla o imprevisto, aquilo que pode mudar tudo e dar uma nova direção. Se assim é na vida, assim também é no futebol e na política.

Vejam o caso do atleta de futebol Neymar. Bastou uma só partida apresentando alguns dos seus antigos defeitos visíveis quando desfila no gramado – individualismo, egocentrismo, burrice... – para ser julgado e condenado ao fogo do inferno.

Calma gente, Neymar é isso. Foi uma criança com sensacional talento individual preparada para crescer e virar uma estrela, o centro das atenções. Agora, se as características do indivíduo – o drible - não forem usadas com inteligência e em determinado espaço do campo, o grupo inteiro vai perder.

O ex-jogador do Santos é o mais capaz de decidir em prol do time que defende. Como controlar essa máquina de fazer dinheiro que carrega um rio de vaidades nos bicos das chuteiras, ‘aí são outros quinhentos’.

Certamente o que não vai fazê-lo mudar é o dinheiro que está em jogo caso o Brasil ganhe o título. Porque Neymar e os atletas que jogam na Europa têm recursos suficientes para atender satisfatoriamente seus filhos, netos, bisnetos e até mais, talvez.

Portanto, o que vai contar pra eles não é a premiação. Mas a vaidade e o orgulho de fazer parte de uma geração vencedora, que conquistou o título mais importante da carreira profissional, daqueles que dá reconhecimento mundial eterno, além de excelentes contratos publicitários com empresas multinacionais por toda a vida.

De qualquer forma, como sempre mais nunca é de menos, a CBF definiu em R$ 43,1 milhões o prêmio para ser divido em caso de conquista.  Ou seja, cerca de US$ 500 mil (R$ 1,87 milhão) para cada um dos 23 convocados.

Sobre eleições, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), desesperado, tenta a última cartada. O coordenador da campanha, Marconi Perillo, terá um encontro com o presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá.

Em ação uma palavra fundamental para o futebol e para a política: pragmatismo. Os tucanos precisam do tempo de propaganda do MDB e do apoio dos cerca de mil prefeitos. Não importa o desgaste de Temer e do partido que, aliás, é quase o mesmo que o dos tucanos.

O que importa é dar alguma esperança para que Alckmin consiga pelo menos disputar uma possível ida para o segundo turno da eleição presidencial e, quem sabe, chegar a finalíssima mais uma vez.

Ou seja, Geraldo Alckmin e o PSDB baixaram a bola, controlaram a vaidade. O mesmo que Neymar e companhia devem fazer, inclusive o sabichão Tite.

Bola pra frente!