As eleições deste ano apresentam um novo formato para os candidatos que vão disputar uma vaga para Deputado, Senado, Governo ou Presidência e precisam de dinheiro para os custos da campanha política. A modalidade chamada "crowdfunding" [vaquinha virtual] tem sido a opção de alguns pré-candidatos alagoanos.

A vaquinha virtual já está liberada desde o mês de maio e foi legalizada em 2017 após a minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso.

Mas, a vaquinha virtual não tem a finalidade apenas de custear a campanha, mas sim para promover uma maior participação dos eleitores.

Em Maceió, alguns partidos políticos já estão utilizando a ferramenta do financiamento coletivo ou pretendem começar a usar.

Este é o caso da pré-candidata a deputada federal pelo partido Novo, Maria Tavares Ferro. Segundo ela, a iniciativa foi decorrente da decisão de não utilizar dinheiro público para financiar a campanha, e o retorno financeiro está sendo satisfatório.

“Caracterizo o meu eleitor como consciente, uma pessoa que se entende como parte desse processo democrático. Decidimos não utilizar o fundo partidário para financiar a campanha, mas precisamos de dinheiro. As pessoas estão participando e estou me sentindo satisfeita com o retorno obtido” disse.

Ainda de acordo com a pré-candidata, a meta de arrecadação para a campanha é de 200 mil reais. Porém, Maria afirma que a intenção do partido é de que os valores doados não sejam altos, para que a candidatura seja construída “por muitos”.

“A meta é de 200 mil reais, e o valor mínimo de doação é de R$ 10. Apesar de o valor ser alto, pretendemos que seja uma campanha construída por muitos, democrática. Queremos que o eleitor se sinta parte do processo através de pequenas doações. Não quero que minha campanha seja financiada por poucos, quero que muitas pessoas se engajem e comprem minha ideia” esclareceu.

A plataforma escolhida pela pré-candidata foi a Apoia.org, e ao acessar o site o eleitor pode conferir as propostas da campanha. Segundo Maria, um dos fatores que motivaram a escolha do site foi à possibilidade de doações serem realizadas através de cartões de crédito e débito.

“O brasileiro, de maneira geral, não está acostumado a doar. A escolha dessa plataforma foi, em partes, pela possibilidade de realizar a doação através de cartões de débito ou crédito. Ao entrar no site o eleitor pode ver todas as minhas propostas e conhecer mais sobre minhas intenções políticas” finalizou Maria.

Outro que também pretende aderir ao financiamento é o pré-candidato a Governo de Alagoas, Basile Christopoulos [PSOL]. Conforme ele explicou, ainda não começou formalmente a arrecadação e que o partido está estudando como vai fazer a vaquinha virtual.

Basile também confirmou que o PSOL não vai fazer uma campanha como é comum [com cabo eleitoral pago e campanhas milionárias]. “Por isso, a ideia da vaquinha virtual que vai contar com a ajuda do povo”.

Como funciona a vaquinha virtual?

Conforme o TSE, as doações são realizadas nas contas das campanhas, pessoas físicas podem doar no máximo 10% de seus rendimentos brunos do ano anterior para campanhas. O eleitor não pode doar por meio dos sites mais de R$ 1.064,00.

Para que seja efetuada a transação, o eleitor vai colocar nome completo e CPF e os sites vão emitir recibos e informar o candidato e a Justiça Eleitoral sobre cada doação.

*Estagiária