Tá começando a virar hábito. Mas é difícil dizer se vai pegar e virar moda, muito embora esteja se espalhando. Já são vários os candidatos lançando nas redes sociais pedidos de ajuda financeira aos apoiadores e simpatizantes. É a tal da ‘vaquinha virtual’, ou ‘me dá uma ajuda aí’, também conhecida como ‘faz-me-rir’.

Entre alguns nomes cito o do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), que postou uma foto ao lado do ex-presidente Lula. Jogou pesado, escolheu bem, ou terá sido apelação? Difícil, dizer, mas, de repente vai receber ajuda até de gente do Nordeste que acha Lula quase uma entidade. Ah, tem também o candidato ao Senado por Alagoas, Rodrigo Cunha (PSDB), indicado pelo usineiro Teotonio Vilela.

Bom, pode ser melhor pedir dinheiro em tempos de crise econômica e Lava Jato do que comprar votos, aliciar cabos eleitorais, distribuir remédios, tijolos, fazer laqueaduras (para muitos é melhor fazer tudo isso junto e misturado, de uma vez só). Além disso, passa uma ideia para o eleitor de campanha sem ostentação, até pobre, digamos assim, não é mesmo?

Agora, falando sério, não dá pra imaginar que Pimentel, que disputa a reeleição, e Rodrigo Cunha, deputado estadual, filiados a dois dos maiores partidos do país, PT e PSDB, respectivamente, não terão apoio das suas siglas, de empresários, enfim.

Ou seja, que vão entrar numa disputa majoritária, que vão ter que correr o estado inteiro acompanhado por assessores, pagar hospedagens, carros e combustível, preparar propaganda eleitoral para os meios de comunicação, e vão depender ou precisar de ajuda financeira dos simpatizantes. Difícil acreditar, certo?

Esse pode ser o famoso “me engana que eu gosto!”, mas permitido e dentro da lei. Semelhante ao cara guloso que antes de terminar a comida em seu prato vai botando mais, completando, com medo que falte. Assim são alguns políticos, não necessariamente são os casos do governador e do deputado, é claro.

Agora, não tenho nenhuma dúvida que surgirão algumas dezenas dos chamados candidatos ‘poca urnas’ nesta eleição. Olha só a vantagem: Sai candidato, completa a chapa, ganha algum dinheiro para apoiar alguém, tem poucos votos, talvez receba um emprego público antes e depois da campanha e ainda pode ganhar uns trocados extras pedindo apoio financeiro ao eleitor, a tal da vaquinha virtual, aquela que dá como leite o ‘faz-me-rir’.

Enquanto isso, o país afundando sem avistar o fundo do poço.