Fala sério: hoje, quem é oposição em Alagoas?

01/06/2018 11:58 - Geraldo de Majella
Por Redação
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Nunca foi tão fácil administrar as alianças eleitorais em Alagoas como estão fazendo Renan Calheiros e Renan Filho. Quadro parecido com o de 1994, quando Suruagy foi eleito governador com 79,39% dos votos.

        A oposição naquela ocasião foi de três candidaturas: a de Pedro Vieira (PP), Marcos Vieira (PSB) e Ângela Canuto (PDT). Eram candidaturas lançadas para marcar presença no cenário politico, sem chances de vitória diante da máquina política, eleitoral e econômica agrupada em torno de Suruagy – naquele momento, estava filiado ao PMDB de Renan e aliado ao PSDB de Téo Vilela.

        A união perfeita: dinheiro, tempo de televisão, os grandes partidos e os principais candidatos majoritários, além do apoio nas cidades de 100% dos prefeitos. Imbatíveis. As urnas provaram elegendo Suruagy governador, Téo Vilela e Renan Calheiros senadores.

        Fala sério: hoje, quem é a oposição ao governador Renan Filho? Não existe. O fato de não haver oposição competitiva é negativo, pois a disputa eleitoral fica menor e a unanimidade não é a melhor conselheira.

        A consolidação de um campo político majoritário e hegemônico onde o projeto é a disputa eleitoral como um fim em si é o que de pior poderá acontecer em Alagoas.

        A oposição não apresenta projeto, e parece não representar um projeto que possa se traduzir em perspectiva de mudança na qual o desenvolvimento de Alagoas seja minimamente rascunhado.

        A eleição para governador, tudo indica que se dará por aclamação ou WO.

        As duas vagas para o Senado serão disputadas. Os senadores Renan Calheiros e Benedito de Lira vão lutar pela reeleição; as candidaturas de Maurício Quintela, Max Beltrão e Rodrigo Cunha estão lançadas. Há outras candidaturas, mas essas são as com maiores chances.

        O fato novo é a candidatura de Rodrigo Cunha, que ameaça concretamente ganhar uma das vagas. É o único candidato que tem discurso livre das amarras tradicionais. É o único que se comunica com a juventude e com o eleitor mais urbano.

Duas perguntas singelas: quem representa a oposição? E se ela existir efetivamente, qual será o seu discurso para ganhar as eleições? Não se sabe, ainda.

A oposição foi desmanchada com um golpe de mestre, um xeque-mate aplicado pelo ex-governador Téo Vilela ao anunciar que não seria candidato em 2018 e o prefeito Rui Palmeira por consequência desistiu.

Políticos tão experientes não tinham plano B.

O senador Fernando Collor, com quem fará aliança em Alagoas?

Essa pergunta ainda não tem resposta, pelo menos pública.

 

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